Porque a privatização brasileira precisa da mentira para se justificar?
No caso da Eletrobras, sem a desinformação, sem omitir dados, sem repetir conceitos equivocados, ela não se justifica. Portanto, é necessári
No caso da Eletrobras, sem a desinformação, sem omitir dados, sem repetir conceitos equivocados, ela não se justifica. Portanto, é necessária uma estratégia de massificação de informações falsas e parciais.
Por exemplo, no jornal O GLOBO de 22/08/2019, o presidente da Câmara Rodrigo Maia diz o seguinte:
“É importante mostrar que os recursos necessários do sistema Eletrobrás estão sendo retirados das despesas que podem mudar a vida das pessoas.”
Mentira I: Na realidade, a Eletrobrás fornece recursos ao governo que, ao invés de “mudar a vida das pessoas”, gasta com mordomias nas cortes do poder. Abaixo, o total de dividendos pagos pela Eletrobrás ao governo.
Por que os anos de 2015 a 2017 não houve pagamento? Simplesmente porque, para mentir para o consumidor de que o modelo privatista e mercantil vigente reduziria as contas de luz dos consumidores, o governo DILMA aplicou um garrote na receita da empresa, impondo preços irrisórios às usinas da estatal. Assim, sem fazer um diagnóstico, não incomodou os investidores privados e concentrou a intervenção na estatal. Portanto, nesses 3 anos, à custa de uma falsa ineficiência e da sua fragilização, a Eletrobrás reduziu a conta de luz dos brasileiros. Essa redução será cancelada com a privatização.
O grave problema brasileiro é que essa campanha enganosa não é feita apenas pelos políticos interessados em vender estatais.
A opinião do GLOBO, na mesma página, afirma também que a privatização é “
- “Um alívio porque estatais dependem do governo”
- “Necessária para melhorar a eficiência”
- “Um passo na direção da melhoria da dívida do estado”
Mentira II: A Eletrobras não depende de recursos do governo, como mostrado acima.
Mentira III: “Melhorar a eficiência”. A Eletrobras é a empresa que tem a menor relação empregado/MW instalado.
Fonte: www.power-technology.com/features/featurethe-top-10-biggest-power-companies-of-2014-4385942
Além disso, privatização não garante eficiência. Haja vista o caso Vale que destruiu 2 rios brasileiros, o caso CELG onde o governador de Goiás quer cassar a concessão da ENEL, haja vista o caso da Eletropaulo, distribuidora da cidade mais rica e que tem índices de qualidade sofríveis. Outras informações sobre o caso CELG, abaixo.
A qualidade da imagem abaixo é uma amostra da pouca importância que a ANEEL dá à divulgação dessa informação. Se esses dados estivessem em evidência na página, poderia mostrar que privatizar não significa proteger o consumidor. Isso é uma evidência do estágio atrasado que temos na regulação e fiscalização, atividades que o estado tem que exercer cada vez mais.
Não consegue ler? Acha que estamos exagerando? Pois confira abaixo!
Mentira IV: A privatização da Eletrobrás será insignificante em relação a dívida do estado que chega a R$ 4,3 trilhões. Além disso, a nossa experiência de privatização da década de 90 provocou o inverso do prometido. Aumento da dívida e aumento da carga fiscal, detalhe sempre omitido nos discursos e na mídia.
Essa é apenas uma amostra do verdadeiro “tiroteio” de desinformações que é imposto ao cidadão brasileiro. Aguardemos outras mentiras.
Fonte: Ilumina
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