Brasil entrega reservas de petróleo, multinacionais compram. Somos espertos?
Chagas: "É preciso delimitar bloco de Sagitário"
A Petrobrás iniciou a perfuração de um poço no bloco S-M-623, onde está localizado o prospecto de Sagitário, na Bacia de Santos. Os planos de retomar a atividade exploratória na região foram revelados anteriormente pela Repsol, "parceira" da Petrobrás no empreendimento. No ano de 2014, a estatal brasileira concluiu o teste de formação de Sagitário, que indicou a boa produtividade da descoberta, com 159 metros de reservatórios do pré-sal com petróleo de boa qualidade (32º API).
De acordo com o geólogo Luciano Seixas Chagas, Sagitário precisa ser delimitado, por se tratar de importante reserva, descoberta em com um único poço, e estar próximo a reservas como Uirapurú, Carcará Norte e Sul, e Guanxuma. "Juntos, talvez componham o melhor trend petrolífero, rico especialmente em gás associado, além do óleo na Bacia de Santos".
Chagas lamenta que o ex-presidente da Petrobrás, Pedro Parente, tenha vendido Carcará e deixado de exercer a preferência em Carcará Norte. "Ninguém pode alegar desconhecimento do potencial da área, vendida a preço de banana. Um verdadeiro Lesa Pátria", critica, contestando os defensores da privatização, que aprovaram a venda. O geólogo adverte que o mundo está próximo de uma crise, com cortes na produção mundial para segurar os preços do petróleo, enquanto o Brasil segue na direção oposta, inclusive deixando para o mercado internacional a administração dos preços dos combustíveis no mercado interno.
"Todos escondem importantes fatos, justo os que valorizam sobremaneira esta porção importante e profícua da Bacia de Santos, que poderá ser uma das maiores províncias de gás e óleo sem contaminantes do Brasil. Enquanto isso anunciamos a venda por míseros US$ 110 bilhões (expectativa de arrecadação leilão) uma melhores acumulações petrolíferas do mundo", critica, referindo-se aos excedentes da Cessão Onerosa, segundo ele sob o falso argumento de que o petróleo enterrado não tem valor e que será um energético-combustível inútil após 2040.
"Enquanto isso, as empresas dos países do primeiro mundo adquirem ou adquirirão os bons ativos petrolíferos do povo brasileiro só para terem os ativos e perderem dinheiro. Faz sentido? Somos muito espertos, não?", ironiza.
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