Capitais estrangeiros detêm 42,79% das ações da Petrobrás. Governo brasileiro 36,75%
Pinho: "Desregulações e Consenso de Whashington incorporaram capitais marginais às já poderosas finanças internacionais"
Na entrevista concedida ao programa Tecendo o Amanhã nesta sexta-feira (29), o presidente da AEPET, Pedro Augusto Pinho, comentou que, após as vendas de ações na bolsa de Nova Iorque, promovidas por Fernando Henrique Cardoso e até Lula, a Petrobrás tornou-se uma companhia cuja composição acionária sofre decisiva influência de capitais estrangeiros, voltados exclusivamente para a lucratividade máxima, no curto prazo. "Os capitais estrangeiros detém a maioria relativa das ações da Petrobrás, com 42,79%, enquanto o governo brasileiro, dito controlador, possui 36,75%. Os investidores da bolsa de Nova Iorque estão ganhando", criticou.
De acordo com o presidente da AEPET, a partir das desregulações e o Consenso de Washington, os capitais marginais, originários de contrabandos de armas, tráfico, prostituição e outras atividades ilícitas, a partir dos anos 1990 foram gradativamente se incorporando ao já poderoso sistema financeiro internacional. Esses capitais, voltados para o rentismo e descolados dos interesses típicos do setor produtivo, estão presentes também em grandes petroleiras privadas.
"Na Chevron, esses fundos detêm cerca de 66,95%. Na ExxonMobil, 54,72% de seu capital são constituídos por fundos mútuos (28,76%) e os investidores institucionais (grandes empresas, gestores de ativos, até bancos estatais, com 25,96%)", exemplificou.
Energia
Frisando que a energia é "a saúde das sociedades" devido à sua importância na produção, inclusive de alimentos, e que a Petrobrás, em última análise, é uma empresa do setor energético, Pinho ponderou que, ao privatizar a Companhia e também a Eletrobras, o Brasil está perdendo não apenas o poder de administrar as fontes de energia, mas também a propriedade sobre elas. O país tem média muito baixa de consumo per capita e precisa aumentá-lo para se desenvolver.
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