Enfraquecimento industrial liderado pela alta tecnologia
Perda generalizada de dinamismo
A indústria voltou a perder produção no 3º trim/21, depois de um curto período de crescimento impulsionado por bases muito baixas de comparação devido aos efeitos da pandemia de Covid-19. Caiu -1,1% ante o 3º trim/20, retomando a sequência de variações negativas que marcou o setor entre o último quarto de 2018 e o final do ano passado. Na indústria de transformação, o recuo foi de -1,2%.
A Carta IEDI de hoje analisa o enfraquecimento industrial registrado em jul-set/21 a partir da metodologia empregada pela OCDE que agrega os distintos ramos da indústria de transformação segundo sua intensidade tecnológica: alta, média-alta, média e média-baixa tecnologia. Não há atividades da indústria de transformação classificadas como de baixa intensidade tecnológica, grupo que reúne ramos de serviços e da agropecuária.
Os dados calculados pelo IEDI mostram perda generalizada de dinamismo, mas identificam nos ramos de alta e de média-baixa as principais forças para que a indústria tenha ficado no vermelho no 3º trim/21. A indústria de maior tecnologia foi quem mais declinou.
A alta tecnologia registrou -7,5% ante jul-set/20, condicionada sobretudo pelo recuo do complexo eletrônico (-12,9%), em função da produção de equipamentos de rádio, TV e comunicação. Com isso, no acumulado do ano de 2021 até o mês de setembro, a indústria de alta tecnologia praticamente não cresceu, variando apenas +0,3% ante igual período do ano anterior.
Com um resultado não tão desfavorável ficou a faixa de média-baixa intensidade tecnológica: -4,6% ante o 3º trim/20. Além disso, teve quedas menos generalizadas. Os ramos de vestuário e calçados bem como o de papel e celulose mantiveram-se em alta, enquanto metais e principalmente alimentos e bebidas (-10,3%) recuaram. Neste último caso, cujos preços estão em elevação, já são três trimestres no vermelho. Assim, a indústria de média-baixa, tal como a alta tecnologia, ficou próxima da estabilidade no acumulado jan-set/21 (+0,7%).
As faixas intermediárias de intensidade tecnológica, por sua vez, asseguraram que a queda industrial não fosse mais aguda nestes primeiros meses da segunda metade do ano. Apesar de terem ficado no azul, tanto a média-alta como a média intensidade tecnológica passaram por desaceleração. Ambas registraram a menor taxa de crescimento desde o início da recuperação do choque da Covid-19.
Quem melhor se saiu foi a indústria de média tecnologia, que aumentou em +6,5% sua produção em relação ao 3º trim/20. Na origem de seu dinamismo estão ramos associados à construção civil e à exportação, como minerais não metálicos (+4,6%) e metalurgia (+17,5%). No acumulado de jan-set/21 este grupo apresenta alta de +17,5%.
Já a indústria de média-alta tecnologia cresceu +4,8% no 3º trim/21 frente ao mesmo período do ano anterior, embora alguns de seus ramos tenham regredido, como produtos químicos e máquinas e aparelhos elétricos. O maior impulso positivo veio de máquinas e equipamentos, que desde o final do ano passado avançam em ritmo acelerado; agora em jul-set/21 registraram +21,3%. A produção de veículos também continuou se expandindo (+6%). No acumulado do ano até set/21 a média-alta teve o resultado mais expressivo: +21,2%.
Fonte: IEDI - Clique aqui para ler o estudo completo
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