Não são apenas 30 centavos
A atual direção da Petrobrás anunciou, no começo da semana, uma redução no preço do diesel
nas suas refinarias de 30 centavos por litro, dando a entender que a política do Preço Paritário de Importação (PPI) segue como linha mestre de sua atuação no mercado. Ou seja, observando a variação dos preços internacionais. Ocorre que a direção fez a redução olhando os preços do petróleo bruto, não na cotação dos derivados de petróleo. Com certeza, é alívio para a população brasileira. Mas por que o atual governo insiste no PPI e esconde que todas as medidas que tomou para baixar o preço dos combustíveis se encerram em 31 de dezembro?
Desde 2015, ainda no governo Dilma, a direção da Petrobrás, assumiu a falácia de que a empresa estava quebrada, dando início ao processo de venda de ativos estratégicos, para fazer face ao endividamento. Dívida que permitiu à Petrobrás bater recordes na exploração do pré-sal e a geração de caixa para amortizar os investimentos.
O impeachment de Dilma não ocorreu por “pedaladas fiscais”, mas pelo compromisso da então oposição de privatizar a Petrobrás e entregar o pré-sal às multinacionais. Assumindo o governo, Temer logo colocou Pedro Parente como presidente da empresa. Além de intensificar o projeto de fatiar a Petrobrás – por experiência, como presidente do Conselho de Administração no governo FHC, viu que era difícil privatizar a companhia como um todo – instituiu a política do PPI, caminho óbvio para facilitar a venda das refinarias da Petrobrás.
Hoje, diante da crise energética na Comunidade Europeia, por sua submissão aos interesses dos EUA, temos a real oportunidade de pensar e repensar o papel da Petrobrás nos destinos do Brasil: fomentadora do desenvolvimento industrial, da geração de melhores empregos locais e garantidora da Soberania Nacional; a uma mera exploradora e exportadora dos vastos reservatórios do pré-sal.
Às vésperas da eleição presidencial, queremos saber de todos os candidatos o papel da Petrobrás no Estado brasileiro.
É por isso que a AEPET endossa o manifesto O PETRÓLEO VOLTARÁ A SER NOSSO E O BRASIL VOLTARÁ A CRESCER, que será lançado na próxima segunda-feira.
“O Brasil está a um passo de perder a Petrobrás – dos maiores símbolos de brasilidade e dos principais instrumentos do Sistema Industrial Brasileiro na área da energia - e de garantir ao País altos níveis de bem estar social para toda população pela exploração nacional das reservas de petróleo e gás natural”, diz um trecho do manifesto, que será publicado na íntegra pela AEPET nesta sexta-feira (23).
ENERGIZANDO
*Empresa que causou a morte de nove trabalhadores em explosão de 2015 compra plataforma interditada por risco de explosão
**Por que o mundo precisa investir em combustíveis fósseis
https://oilprice.com/Energy/Energy-General/Why-The-World-Needs-To-Invest-In-Fossil-Fuels.html
Receba os destaques do dia por e-mail
Gostou do conteúdo?
Clique aqui para receber matérias e artigos da AEPET em primeira mão pelo Telegram.