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Países gastam US$ 2 trilhões com armas e US$ 1,75 trilhão com comida

Apenas uma fração desses US$ 2 tri permitiria o progresso em várias regiões

Publicado em 12/11/2021
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Países conseguem recursos para comprar armas, entretanto para importar alimentos alegam sempre dificuldades. Segundo o secretário-geral António Guterres, na última terça-feira, os gastos militares se aproximaram de US$ 2 trilhões por ano, tendo o maior aumento como proporção do Produto Interno Bruto anual desde 2009. Guterres destacou como uma fração desse valor permitiria o progresso em áreas como consolidação da paz, prevenção de conflitos e desenvolvimento humano, da igualdade e da inclusão.

Já nesta quinta-feira a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, publicou as Perspectivas Mundiais com os fatores que devem impulsionar o aumento dos preços de commodities, frete e suprimentos agrícolas e o custo mundial de importação de alimentos deve atingir um recorde de US$ 1,75 trilhão em 2021, em termos de volume e valor.

O relatório, lançado em Roma, destaca que o comércio global de alimentos acelerou 14% em relação ao ano anterior. A subida esteve 12% acima da previsão feita em junho.

Apesar de uma "notável resiliência às interrupções durante a pandemia, a rápida subida de custos de produtos alimentícios e da energia são desafios significativos para os países e consumidores mais pobres". Estes gastam grande parte de suas rendas neste campo de necessidades básicas.

A FAO ressalta que a alta é impulsionada por crescentes preços de commodities alimentares comercializadas internacionalmente e um aumento de três vezes verificado nos custos de frete.

As nações em desenvolvimento que devem gastar 40% do total global para importar alimentos, ou US$ 730 bilhões. O valor agregado de importação de alimentos deve subir em um quinto em comparação com 2020, ou cerca de US$ 127 bilhões.

Em países de baixa renda espera-se um déficit alimentar causado pelos custos mais elevados, do que os volumes de importação de alimentos. Já em economias em desenvolvimento, o preço de alimentos básicos deve subir de forma acentuada em cereais, gorduras animais, óleos vegetais e oleaginosas. Frutas e vegetais, produtos pesqueiros e bebidas deverão puxar grande parte da subida.

As Perspectivas Alimentares da FAO indicam a alta prevista para a oferta e demanda do mercado para os principais produtos alimentares, incluindo cereais, óleos vegetais, açúcar, carne, laticínios e peixes.

Fonte: Monitor Mercantil

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