Em outras palavras, seu potencial de gerar recursos para cobrir o serviço da dívida, fazer investimentos e pagar dividendos e participações.
Nos últimos cinco balanços auditados e publicados (2012-2016), a GOC da Petrobras evoluiu conforme tabela a seguir :
GOC Petrobras US$ bilhões
2012 2013 2014 2015 2016
27,04 26,30 26,60 25,90 26,10
Verificamos portanto, que a GOC da Petrobras é sempre elevada e não está sujeita a fortes variações. O menor valor ocorreu em 2015 (US$ 25,90) devido a elevada depreciação do real frente ao dólar naquele ano. A média aritmética no período foi de US$ 26,39/ano.
Em 2016, a GOC da empresa – no valor de US$ 26,10 bilhões – foi superior ao de todas as grandes petroleiras do mundo: Exxon, US$ 22,10 bilhões; Shell, US$ 20,62 bilhões; Chevron, US$ 12,90 bilhões; e BP, US$ 10,69 bilhões.
Para verificar a capacidade de geração de caixa de cada empresa, montamos um quadro que compara a GOC com a receita bruta das petroleiras.
2016 – US$ bilhões
BR Chevron Shell Exxon BP
Receita bruta 102,90 110,20 233,59 266,10 183,01
GOC 26,10 12,90 20,12 22,10 10,69
Relação 25% 12% 9% 8% 6%
Fonte: Balanços auditados e publicados pelas empresas.
Em capacidade de geração de caixa, a grande petroleira que mais se aproxima da Petrobras (25%) é a Chevron, a qual obteve menos da metade da capacidade da Petrobras (12%).
O incrível potencial de geração de caixa da nossa companhia fez com que sua liquidez corrente, que é a capacidade de cumprir os compromissos em curto prazo, durante todo esse período, fosse sempre superior a 1,5. Isso também permitiu que o caixa da empresa fosse sucessivamente muito mais elevado do que o das outras grandes petroleiras, resultando num contínuo conforto financeiro da Petrobras. Fato claramente inverso a tudo aquilo que sempre apregoou a grande mídia golpista e irresponsável.
Uma companhia com tal capacidade de geração de caixa, não tem absolutamente nenhuma necessidade de vender ativos lucrativos, para reduzir dívida. O próprio PNG 2017/2021 prevê uma GOC (já pagos os dividendos) de US$ 158 bilhões em 5 anos. Ou seja, uma média superior a US$ 30 bilhões/ano, o que significa dizer que na ponta (2021), a GOC deverá estar em torno de US$ 35 bilhões.
É preciso deixar bem claro que a Petrobras não tem e nunca teve problemas financeiros para amortizar sua dívida. O que ocorre hoje é que estão vendendo ativos que rendem mais de 20% a.a., para ANTECIPAR amortização de dívida que custa 7% a.a., ao mesmo tempo em que a empresa mantem em caixa mais de US$ 20 bilhões.
Que o presidente Temer é um entreguista todos nós sabemos e isso foi bem demonstrado em um dos artigos relacionados ao fim deste texto (anexo I).
Mas o atual presidente da Petrobras, Pedro Parente, não é apenas um entreguista, é um vendilhão da pátria, como bem esclareceu o jornalista Fernando Brito em seu artigo (anexo II).
Nós, então, nos perguntamos por que até hoje a Comissão de Valores Mobiliários – CVM não se pronunciou sobre a denúncia feita pela Federação Nacional dos Petroleiros – FNP, em maio de 2017, a qual solicitou a cassação pública de Pedro Parente por omissão de dados sobre a venda dos campos de Tartaruga Verde e Baúna.
Também indagamos por que o Ministério Público Federal – MPF não se manifestou acerca da representação feita pela Federação Única dos Petroleiros – FUP, em junho de 2017, pedindo o afastamento de Pedro Parente por ser ele sócio fundador da Prada Consultoria, grupo de gestão financeira empresarial presidido por sua esposa.
Todos conhecemos a expressão “ouvidos de mercador”. Muitos, no entanto, afirmam que a palavra correta é “marcador”, pois se refere àqueles que assinalavam os escravos, usando ferros em brasa, com a marca dos seus patrões. Já acostumados com os gritos e as lamúrias dos escravos, os “marcadores” não se importavam com eles, afinal, essa era sua atividade profissional, seu ganha-pão.
Situação semelhante se dá com Pedro Parente. Não interessam os inúmeros artigos publicados e entrevistas concedidas por especialistas mostrando o absurdo dos fatos sobre a situação da Petrobras. Nada o abala. Cartas enviadas a ele (anexos III e IV) nem ao menos são respondidas.
O secretário do Ministério de Minas e Energia, Marcio Felix, em recente entrevista, afirmou que se a questão da cessão onerosa não for resolvida até o fim deste ano, o assunto será adiado para 2020, pois pressões políticas em um ano eleitoral (2018) e início de um novo governo (2019) impediriam qualquer decisão.
Pedro Parente, entretanto, atua com total liberdade e independência até de pressões políticas. Seu trabalho de destruição da Petrobras continuará. Afinal, esse é seu ganha-pão.
Cláudio da Costa Oliveira
Economista aposentado da Petrobras
ANEXO II
https://www.conversaafiada.com.br/brasil/brito-parente-e-o-pre-sal-vendilhao-da-patria
ANEXO IV
http://www.aepet.org.br/w3/index.php/artigos/noticias-em-destaque/item/1045-parente-ignora-alerta-da-aepet-sobre-prejuizos-com-entrega-da-nts
Sobre o porquê do título, leia:
https://www.recantodasletras.com.br/artigos-de-politica/4054651
Comentários
Este é um projeto que eu fiz em 1988 e que entreguei ao Presidente da Petrobras, Joel Mendes Renó, em 1995, mas logo em seguida ele foi demitido e o projeto não avançou pelo fato de eu não ter tido a oportunidade de conversar com os presidentes posteriores a ele. Não é fácil. Se você é amigo do Paulo Parente e quer ver estes 15 MM de barris por dia, daqui uns 12 a 15 anos, basta me consultar que eu irei falar com ele. Lembre-se que temos que sepultar 95% das leis petrolíferas e ambientais. Qualquer dúvida, me mande um email - vilanet
O assunto em questão é técnico e assunto técnico só abriga duas contestações. Ou está CERTO, ou está errado. Se está certo, ÓTIMO, palmas para o autor. Se está errado, o contestador terá que dizer porque está errado e dizer qual é o certo e não usar as palavras deselegantes, quais sejam, "boçalidade e arcaísmo", "jenio" e "Tá serto". Fora disso as discussões se tornam infindáveis e sem objetividade.
Para se fazer esta afirmação é preciso ser GEÓLOGO com todas as letras gigantes. Agora, para extrair estes 15 MM de barris por dia de óleo de petróleo, temos que sepultar 95% das leis petrolíferas e ambientais que estão erradas e em total desacordo com as lei naturais que governam o planeta Terra. Dúvidas basta me contatar - vilanet
Com as críticas às leis ambientais já mostrou toda a boçalidade e arcaísmo.
Para uma empresa que pesquisa e extrai petróleo, a única maneira de gerar caixa é elevando a extração de petróleo e em seus 63 anos ela não se mostra eficiente, pois está com uma extração muito baixa, algo ao redor de 2,3 MM de barris por dia de petróleo, tendo sempre, muitos recursos à disposição, quando deveria estar extraindo perto de 15 MM de barris por dia, só em terra.
Outro *ecto que não foi enaltecido pelo eminente colega é que além dos resultados expressivos tivemos também uma diminuição significativa das despesas, essa só conseguida com a administração competente do gasto (isso também é um fato...), para o qual foi e é necessário corte dos custos operacionais, de investimento, como também está sendo necessário livrar-se dos "micos" (investimentos de baixa rentabilidade) através do programa de desinvestimento.
Todavia, concordo que não estão dentro desses "micos" os campos de petróleo do pré-sal e as refinarias já consolidadas, mas mesmo assim cabe uma análise clara e transparente, caso a caso.
Vender ativos como Liquigás, empresa rentável e competente, sair dos setores de biocombustíveis e Petroquímica é andar na contramão do setor.
Se a gestão anterior nos penalizava com sua euforia de investimentos relevantes simultâneos e mal conduzidos, a atual segue por nos conduzir a uma configuração de empresinha de produção de óleo para exportação. Nada há que se louvar nesta gestão.
Aliás, o senhor Pedro Parente tem processos na justiça por não ser necessariamente um bom administrador