Matéria da revista Exame demonstra o óbvio: decisões governamentais equivocadas estão fazendo encolher a maior empresa do Brasil. Na reportagem, a jornalista Sabrina Valle mostra que a participação da estatal "tende a se reduzir ainda mais à medida que as gigantes do petróleo, entre elas Exxon Mobil, Total e Statoil, correm para garantir participações no pré-sal, uma das zonas petrolíferas mais promissoras já descobertas no mundo."
A presença da Petrobrás começou a cair ainda no governo Dilma Rousseff e a queda se acentuou após a chegada do impopular Michel Temer.
"Em dois anos, a Petrobrás reduziu em 7 pontos percentuais sua participação de mercado, mesma fatia que a empresa levou 13 anos para perder desde o fim do monopólio, há 20 anos", diz o texto.
Ao comentar os números, o diretor de Estratégia da Petrobrás, Nelson Silva, teve de abusar do malabarismo verbal. “Não é que seja bom (a Petrobrás perder participação de mercado), mas é importante a chegada de outras empresas”, disse. Para Silva, "não dá para fazer uma coisa sem a outra.”
Para quem tem dúvida sobre o potencial do pré-sal, a matéria mostra que o Brasil já superou o México e a Venezuela e se tornou o maior produtor de petróleo da América Latina, além de ser uma das principais fontes de crescimento da produção de fora da Opep dos últimos anos. "O Brasil não divulga estimativas de reservas do petróleo do pré-sal, mas a Agência Nacional do Petróleo (ANP) considera a região a maior descoberta do planeta nos últimos 50 anos."
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Comentários
Além disso, o melhor para o Brasil jamais será entregar suas riquezas.
Entregaram a Vale do Rio Doce por uma ninharia e hoje ela é responsável pelo maior desastre ambiental que o Brasil já viu.
Esse discurso anti estado não passa de propaganda. Os maiores privilegiados pela corrupção são os super ricos que compram o governo e o usam como querem, não os empregados das estatais.
No episódio ao qual você se refere foram vendidas APENAS 27% do capital total da empresa, com mudança do controle acionário DIRETO mas preservação do controle acionário indireto, o qual acho que permanece até hoje se contarmos partes do capital mantidas pela União e por fundos de pensão cujos Presidentes e Diretores são indicados e aprovados pela Presidência da República, a exemplo de Petros, Postalis e outros, que se afundaram depois que sindicalistas tomaram o controle (mas isso já é outra história ...).
Assim sendo, a VERDADE NÃO É a que incautos extraem da sua frase "entregaram ... por ninharia". Foram vendidos 27% do capital, com cessão do controle acionário direto (mantendo o indireto) e por R$3 bilhões que, à época, correspondiam a US$3 bilhões.
Meu segundo exemplo de empresa privada é a Samarco, que, se fosse estatal, não teria causado o que causou.
Meu primeiro exemplo de empresa privada é da companhia do avião da Chapecoense.
O QUE?
Será que Rogério Lessa e esse pessoal da AEPET não sabe que, principalmente na indústria do petróleo, os tempos entre, por exemplo, a PRIVATIZAÇÃO DO PRÉ-SAL e os IMPACTOS NA PRODUÇÃO são, NO MÍNIMO, de 5 a 10 anos?
Assim sendo, é óbvio que TODA A QUEDA agora registrada deve-se UNICAMENTE à Privatização do Pré-sal que foi bastante efetiva nas NOVE RODADAS de licitações patrocinadas pelo PT de 2003 a 2015, ou seja, LULA e DILMA.
Ou alguém acha que esses aumentos de produção de empresas estrangeiras são das DUAS ÚNICAS RODADAS patrocinadas por Temer (que é O MESMO governo eleito em 2014)?
Seria interessante a AEPET indicar DE ONDE saem esses aumentos de produção de hoje e A QUEM se deve A PRIVATIZAÇÃO das respectivas produções.
Aposto que Temer tem muito pouca culpa nisso!
Assim sendo, a parte do Pré-sal encontrada em 2006 foi, ÓBVIO, privatizado antes, entendeu?
E também é óbvio que mesmo depois de encontrados Tupi e Carioca, depois rebatizados para, respectivamente, Lula e Iracema, o (des)governo do PT promoveu DIVERSAS outras PRIVATIZAÇÕES do Pré-sal com licitação de outras áreas do mesmo Pré-sal, todas elas ganhando impulso de produção agora justamente pelo motivo que apontei antes, ou seja, o longo tempo de maturação de um projeto de produção.
Sempre lembrando que, antes, fazia-se licitação de BLOCOS EXPLORATÓRIOS onde SERIA possível encontrar hidrocarbonetos (ou não).
Primeira PRIVATIZAÇÃO de óleo já descoberto realizou-se com a ENTREGA do Campo de Libra, esse realmente um CAMPO, pois já havia sido descoberto. Essa foi a MAIOR PRIVATIZAÇÃO DA HISTÓRIA, sabiam?
Não sou a favor de leilões de blocos exploratórios, nem de campos de petróleo, mas não se pode afirmar que o pré-sal foi privatizado antes mesmo da sua descoberta. Os blocos exploratórios sim, o pré-sal não, pois ainda não havia sido descoberto.
No mais, concordo que os leilões foram um processo errado, que jamais deveriam ter ocorrido, mas se formos comparar os equívocos cometidos historicamente em relação à Petrobras, ele nem chega a ser o pior. Para elucidar sua opinião, recomendo a leitura do livro comemorativo de 50 anos da AEPET, lá você encontrará a descrição de inúmeros casos bem piores que esse, pelo menos na minha visão.
E nessas afirmações que faço, não tem "minha visão" nem "sua visão". Miopias podem ser discutidas, verdades não podem.
Porém, esta porcentagem de 80% é um tanto quanto forçada, por mais que a Petrobras tenha acionistas privados.
Logicamente todos temos nossas visões. A "verdade" é um prisma de várias faces e raramente alguém enxerga todas elas; não é o caso
1) Que houve PRIVATIZAÇÃO não se discute, estaríamos vendo EM QUE NÍVEL, concorda?
2) Se 60% foi para empresas estrangeiras, esse é "mínimo minimorum", também não se discute mais isso;
3) Portanto, estamos falando de PRIVATIZAÇÃO DE LIBRA entre 60 e 80%, dependendo apenas da parte Petrobras nesses 40% restantes.
4) Portanto, só para não discutir mais isso, vamos fechar PRIVATIZAÇÃO DE LIBRA em 60%, a maior privatização do mundo, já que 60% de 15 bilhões de barris é valor de cerca de US$ 900 BILHÕES (jeito Carla de fazer contas, vide "entrega da Vale", coisa que jamais ocorreu). Ou seja, (des)governo do PT privatizou 60% ativo, valendo R$ 2 TRILHÕES por apenas R$15 bilhões, fechado? Ou seja, MENOS DE 1% do valor!!!!!
CONCORDO!!! Foi o MAIOR crime de lesa pátria, como "nunca jamais, na história desse país" aconteceu.
Colocar empresas estrangeiras para explorar o pré-sal, na sua maioria composta por estrangeiros, para levar o petróleo embora em troca de dólares é um crime contra o patrimônio nacional. Petróleo é riqueza real. Dólar é uma moeda podre, criada a partir de dívida e usada para sustentar uma economia decadente que provavelmente já teria se destruído não fossem as invasões e saques de outros países.
Claro que tanto estrangeiras aqui quanto Petrobras no exterior têm "staff" composto por funcionários de altos salários e de seus países de origem, mas isso é total mínimo comparado com toda a massa salarial das operadoras.
Sobre o que é melhor para o país, claro que concordamos que toda a exploração e explotação deveria ser realizada pela Petrobras mas, principalmente dadas as condições de penúria em que a empresa foi colocada por petistas e apaniguados, sabemos bem ser isso impossível hoje.
Sobre dólar ser "moeda podre", "criada a partir de dívida" e "saques e invasões de outros países", isso é visão simplista e maniqueísta do mundo, contra a qual já escrevi anteriormente.
Quem comentou comigo como estão distribuídos os principais cargos das petroleiras multinacionais presentes no Brasil foram os próprios colegas que trabalharam para elas.
Alguns petroleiros, outros terceirizados que trabalharam no E*P prestando serviço às multinacionais reportam que as embarcações estão repletas de trabalhadores vindos de todos os lugares do mundo, inclusive da Índia e da China.
Além disso, ocorre o que você citou de que a maioria dos altos cargos de gestão também são reservados a empregados dos países de origem das petroleiras.
Sobre, a penúria da Petrobras que você falou, recomendo a leitura dos artigos publicados pela AEPET sobre o tema. Aqui, acreditamos ter demonstrado que a Petrobras não tem problemas financeiros.
Sobre o valor do dólar e o caráter invasivo dos americanos, não é uma questão de ponto de vista maniqueísta, é uma questão factual, comprovada pela realidade objetiva.
Eu, além de funcionário da Petrobras Brasil, fui da Área Internacional, conheço bem as parceiras daqui, conheço quase todas as operadoras do mundo que têm parcerias conosco em muitíssimos países e, além disso, fui expatriado por 2 (dois) anos à Petrobras Nigéria, com contatos quase que semanais com Chevron, Total e Statoil por lá, além de empresas indígenas.
Mas só pela parte lógica aqui do Brasil: você, empresário de empresas estrangeiras operadoras do nosso Pré-sal, traria expatriados do seu país de origem pagando altíssimos salários mais MUITAS benesses, algumas extensivas às famílias deles? Ou contrataria mão-de-obra local a 1/3 do salário, sem quaisquer benesses adicionais, só pagando cerca de 100% sobre salários incomparavelmente menores para as MESMAS FUNÇÕES não-chave no negócio?
Oras, faça-me o favor!
Quanto ao evidente desastre ambiental da SAMARCO, todos sabemos que desastres ambientais não são monopólio de empresas privadas, nem vou comentar aqui desastres ambientais de empresas públicas, mas concordo que excessivo viés por maximização de lucros facilita ocorrência desses problemas, mas empresas sérias, principalmente privadas, tudo fazem para minimizar esses riscos, pois ocorrência de desastre ambiental está longe de maximizar lucros, concorda?
Essa dicotomia: empresa privada eficiente versus empresa pública atrasada, morosa é uma lenda conveniente aos oportunistas. Há empresas privadas sem seriedade alguma e somos atendidos por muitas delas em nosso cotidiano.
No mais, ninguém disse que desastres maximizam lucros. O que se falou foi das causas que terminam nisso