A decisão da Petrobras em fechar sua sede administrativa na avenida Paulista na capital de São Paulo, é uma prova irrefutável da estratégia da atual diretoria da Petrobras.
Lembremos que a Bacia de Santos com o Pré-sal hoje é a maior do país em produção atual e perspectivas futuras. E no estado de São Paulo estão instaladas 40% da capacidade de refino do país.
O objetivo é claro, reduzir a Petrobras ao mínimoPorém, a questão não é de bairrismo ou regionalismo. Fechar sedes regionais, na prática significa concentrar a gestão no Rio de Janeiro, deixando nas regiões apenas as bases operacionais.
O objetivo é claro, reduzir a Petrobras ao mínimo. Fazê-la uma empresa - quase que - apenas do pré-sal (que negavam existir), altamente lucrativa, apenas para os seus investidores, que estão e boa medida no exterior. E parte, são sócios (grandes acionistas) de outras petroleiras.
Esses negociantes mercadistas já venderam campos no Pré-sal, na Bacia de Campos e outros. Venderam os gasodutos e estão vendendo o resto da malha de gasodutos.
E junto da ANP quer colocar a empresa fora do setor estratégico que é o de gás natural. O marco legal do gás natural está sendo todo desenhado legalmente pela franco-belga Engie e hoje pela Shell que deseja integrar sua cadeia produtiva no Brasil - do poço ao posto - enquanto esses “jênios” do mercado fazem exatamente o inverso com a Petrobras. (Veja aqui postagem do blog em 19 janeiro de 2019: Desverticalização nacional e re-verticalização global no setor de gás no Brasil: a contradição liberal)
A “nova” gestão está vendendo as refinarias. Quer acabar com o setor de petroquímico controlado pela Petrobras como fornecedora que tem a participação na empresa na Braskem, uma das maiores do mundo.
Enfrentar esse absurdo é pensar num projeto de nação. O contrário é entregar tudo nas mãos do deus-mercado. Por ele, não existiria Pré-sal, porque esse tipo de ideologia, não teria apostado no aprofundamento da geologia (leiam o livro "A saga do Pré-sal") e sim na eterna redução de custos dessa turma, que não só pensa, mas trabalha apenas para o presente e para os donos dos dinheiros.
Tudo muito claro desintegrar e desverticalizar a Petrobras aqui para ela ser re-verticalizada e integrada sob o controle de grandes corporações e players no exterior.
O que se faz aqui no Brasil com os governos entreguistas é o que o mercado deseja fazer na Venezuela com o bloqueio imposto para ter acesso à maior reserva de petróleo do planeta. Maduro comete erros, mas o caso nada tem a ver com falsos auxílios humanitários.
Enfrentar esse absurdo é pensar num projeto de nação. É trabalhar para deter essa sanha em favor de quem é o verdadeiro dono do petróleo e suas cadeias produtivas: o povo brasileiro.
Roberto Moraes é engenheiro e professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ). Pesquisador atuante nos temas: Petróleo-Porto; Espaço-Economia e Geopolítica da Energia.
Fonte: Blog do autor
Comentários
A força de trabalho está totalmente dividida (assim como a nação), em suma, conseguiram. Obtiveram êxito. Questão de tempo, a volta (piorada) aos anos 70-94, é quase certa. Concentração de renda elevada e nivelamento POR BAIXO do restante da sociedade.
Agradeçam ao maldito Marx e aos 16 anos de governo do PT...parabéns a todos os envolvidos!