Depois da queda de braço entre empresas petroleiras, incluindo principalmente a Petrobrás, com o suporte do IBP e do próprio Décio Oddone, presidente da ANP, que por ser a agência reguladora do setor, tinha o dever de se manter isento, as centrais sindicais se uniram para levantar a bandeira do conteúdo local. Até agora, só as Federações das Indústrias, Abimaq, Sinaval, e algumas outras instituições, representadas pelo Movimento Produz Brasil, manifestaram o apoio a manutenção do conteúdo nacional.
Não foi muito difícil para as empresas petroleiras e o próprio IBP convencer o inexperiente Ministro das Minas e Energia, Fernando Bezerra Coelho Filho, Deputado Federal por Pernambuco, a defender os seus interesses. Mesmo que esse interesse vá de encontro aos interesses de quase 14 milhões de desempregados, que necessitam de um reaquecimento da economia para ter seus empregos de volta. Em fevereiro, o governo federal anunciou a redução do percentual nas plataformas de exploração de petróleo e gás: caiu de 65% para 25%, incluindo serviços e materiais. Houve a quebra desse conteúdo nas regras dos novos leilões de petróleo a partir do mês que vem. Mas os reflexos desse retrocesso só serão conhecidos em mais dois anos, quando efetivamente as empresas começam a se mobilizar no sentido da produção efetiva.
O pior mesmo são subterfúgios para se quebrar as regras contratadas para os FPSOs de Libra e Sépia. Pelas fortes reclamações, a ANP decidiu fazer uma consulta pública. Todos que puderam expor suas opiniões, foram unânimes. A ANP engavetou a decisão e até agora ainda está estudando a solução. Como Oddone, colocado na agência por força política do IBP, vai se posicionar ? Contra todos e a favor das petroleiras ou a favor de todos contra os seus apoiadores ? No fim de semana o presidente da ANP voltou a falar à Folha de São Paulo, com um discurso fatalista, indicando que o mercado deveria se flexibilizar para os negócios aparecerem.
A Petrobras e demais empresas petroleiras dizem que a regra encarece a produção, afastando os investimentos no setor. Os sindicalistas afirmam, porém, que o retorno das antigas obrigações geraria mais empregos.
Fonte: Petronotícias
Comentários
Lamento muito pelos trabalhadores brasileiros, mas está certa a Petrobras e as outras petroleiras que exploram o Pré-sal (desde 2007) em pular fora disso!
A verdade é que o capital sempre escolherá os totais mais baratos. Portanto, mesmo fora do conteúdo local OBRIGATÓRIO de 65 ou de 25%, o REAL "conteúdo local" sempre terá condições de conseguir competir em vantagem
No entanto, se estamos falando de "conteúdo local+superfaturamento+propinas para políticos", aí melhor mesmo é acabar logo com isso, pois o custo para a sociedade será implacável!
Este foi só um exemplo de algo simples, imagina se o problema for em equipamento de processamento de óleo? Será que a proporção não poderia ser muito pior? Eu nem estou falando de mandar para o mercado externo a mão de obra local, (14 milhões de desempregados). O governo está se vangloriando de que por 2 meses foram abertas mais vagas de emprego do que fechadas, se os estaleiros fossem reativados, quantas vagas de emprego estamos falando? 120 mil, ou mais... É um caso a se pensar...