Os acionistas da Eletrobras modificaram nesta quinta-feira (28) o estatuto social da empresa. Com as alterações, a estatal fica livre da obrigatoriedade de gerir programas de universalização do acesso à energia elétrica. A ata foi publicada no site da empresa.
As mudanças põem em risco o futuro do Centro de Pesquisas de Energia Elétrica, o Cepel, uma associação civil sem fins lucrativos que recebe anualmente verbas da Eletrobras para investir em pesquisa e desenvolvimento em energia elétrica.
Com a aprovação das propostas, cai a exigência da holding apoiar "atividades relacionadas com a promoção e incentivo da indústria nacional de materiais e equipamentos destinados ao setor de energia elétrica, por meio da atuação do Cepel".
Proposta aprovada na Assembleia dos acionistas da empresa
Na avaliação de Luiz Pinguelli Rosa, ex-presidente da Eletrobras e professor de planejamento energético da Coppe/UFRJ, o objetivo maior das alterações é a "privatização da empresa", que ele classifica como a "sacanagem do século".
"A decisão é muito ruim", diz Pinguelli, "pois é mais um passo para que o processo de desestastização se concretize".
O novo estatuto social diverge ainda da proposta de privatização enviadada pelo governo do presidente Jair Bolsonaro ao Congresso 2019.
Assista também AEPETV com Roberto D'Araujo, diretor do Instituto Ilumina. Clique aqui
Fonte: Carta Capital