A "lava jato" se vendia como a maior operação anticorrupção do mundo, mas se transformou no maior escândalo judicial da história brasileira. É o que afirma Gaspard Estrada, diretor-executivo do Observatório Político da América Latina e do Caribe (Opalc) da universidade Sciences Po de Paris, em artigo publicado nesta terça-feira (9/2) no jornal norte-americano The New York Times.
Ao comentar o fim da força-tarefa no Paraná, Estrada aponta que os procuradores defendem a operação com uma série de números: 1.450 buscas e apreensões, 179 ações penais, 174 condenados, incluindo políticos e empresários, incluindo o ex-presidente Lula. "Porém, para conseguir esses resultados, os procuradores violaram o devido processo legal, sem reduzir a corrupção", diz.
Se antes já havia dúvidas sobre a sua parcialidade na condução dos processos contra Lula, cita Estrada, com a divulgação de mensagens de Telegram se verifica que o ex-juiz Sergio Moro orientou a construção da acusação contra o ex-presidente, "violando o princípio jurídico de não ser juiz e parte ao mesmo tempo".
Quando foi relevado que o escritório Teixeira Zanin Martins Advogados, responsável pela defesa do petista, foi grampeado pela "lava jato", os procuradores alegaram que se tratou de um erro. Entretanto, ressalta o diretor do Opalc, hoje é possível confirmar que os membros do Ministério Público Federal eram constantemente informados por agentes da Polícia Federal sobre as ligações, com o objetivo de traçar estratégias e obter a condenação de Lula.
Para Estrada, as consequências da atuação ilegal da "lava jato" estão claras: 'O Estado de Direito está cada vez mais em perigo, com a aprovação de grande parte do establishment político e econômico que ontem apoiou cegamente a operação 'lava jato' e hoje apoia a chegada de um político acusado de corrupção [Arthur Lira] à presidência da Câmara dos Deputados, ao mesmo tempo em que o presidente [Jair Bolsonaro] desmantela grande parte das instituições de combate à corrupção e ao crime."
*Do Conjur
Fonte: A Postagem
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Pra piorar, além de soltar corruptos condenados, O SUPREMO NÃO JULGA NEM DEIXA JULGAR: por causa do Foro Privilegiado, que beneficia injustamente mais de 50mil autoridades públicas, as denúncias envolvendo Deputados e Senadores com mandato ficam estagnadas no STF, e os processos tramitam com a velocidade de lesmas em coma. O Supremo levou 1.183 dias pra proferir sua 1ª condenação na Lava Jato e os julgamentos realizados no âmbito da força tarefa em processos de competência originária podem ser contados nos dedos da mão.
Embora não tenha questionado a ação, Bolsonaro tem se mantido em silêncio quanto à Lava Jato, após efusivos elogios desde a época da campanha eleitoral de 2018. Afirmou há semanas numa rede social que não respondia por operações conduzidas por outros Poderes.
Assim disparou o Bolsonaro: Quanto às operações conduzidas por outro Poder, quem responde pelas mesmas não sou eu. Coisa de Miliciano.
O modelo de forças-tarefas, como o da Lava Jato é usado no mundo inteiro para investigar e atuar contra esquemas criminosos complexos. Um procurador sozinho não dá conta de todo o trabalho. Os números mostram que o modelo é eficiente e compensa.
Por meio do superfaturamento de contratos públicos (especialmente na Petrobras), o PT e os partidos da sua base desviaram bilhões de reais. Grande parte desse dinheiro sujo era lavada por meio de doações de campanha milionárias a partidos e candidatos envolvidos no esquema; e quem fazia essas doações eram as empresas beneficiadas pelas contratações fraudulentas.