A alta constante dos preços dos combustíveis, reflexo da política de Preço de Paridade de Importação (PPI), adotada pela gestão da Petrobras, continua a pressionar a inflação. Alimentação, com aumento de 1,05% em setembro, foi o item que mais subiu neste mês, segundo o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), divulgado nesta quinta-feira, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
O aumento dos alimentos superou até mesmo a elevação do próprio IPC, que foi de 0,93%, acima de 0,88% do mês anterior. Os efeitos em cascata dos reajustes dos combustíveis também atingiram duramente os transportes, que subiram 0,97% em setembro, exercendo influência sobre o IPC, índice que mede a inflação das famílias de renda de 1 a 33 salários-mínimos, mas o peso do aumento de preços é maior para as famílias de renda mais baixa.
"Mais uma pesquisa de preços mostra que a inflação está voltando com força no país e atingindo a todos", observa o economista Cloviomar Cararine, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, subseção FUP (Dieese/FUP).
Projeção de alta
Segundo Cararine, "as expectativas são de permanência ou alta dos preços nos próximos meses, refletindo impactos da PPI". De janeiro a agosto, a Petrobras reajustou a gasolina em suas refinarias em 51%. No diesel, o aumento nas refinarias já é de 40%, mesmo percentual de alta no gás de cozinha. O gás de botijão compromete 1,3% do orçamento familiar, em média.
A trajetória de aumento se reflete também nos dados acumulados: De janeiro a setembro, a alta dos transportes foi de 12,68%; em 12 meses, de 14,98%. Essas variações superaram a elevação do IPC, de 6,27% no ano e de 9,27% em 12 meses. Também alimentação, com variação de 11,65% em 12 meses, superou o IPC no período.
Fonte: Monitor Mercantil
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