A terceira maior auditoria do mundo, a PricewaterhouseCoopers (PwC), aprovou, há poucos meses, as contas da Evergrande, gigante da construção chinesa que está prestes a colapsar com uma dívida de US$ 88,5 bilhões.
De acordo com notícia publicada pelo Wall Street Journal, a auditoria atestou a saúde financeira da empresa ao analisar suas contas referentes a 2020.
A informação acende um sinal amarelo para os investidores como um todo, já que as auditorias da maioria das empresas com capital aberto são feitas por apenas quatro empresas, apelidadas de "Big Four".
No mercado americano, por exemplo, 14,8% das maiores empresas têm suas contas auditadas pela PwC. Ela fica atrás da EY (22,1%) e da Deloitte (16,5%), mantendo-se à frente da KPMG (13,3%), segundo levantamento da Audit Analytics.
No Brasil, a PwC já foi responsável por auditar as contas da Petrobrás e, inclusive, foi acusada de ignorar o escândalo de corrupção que causou rombos nas contas da empresa em 2012, 2013 e 2014.
De acordo com a Superintendência de Normas Contábeis e de Auditoria (SNC) da Comissão de Valores Mobiliários, a CVM, entre outras coisas os auditores teriam se limitado a "defender" as estimativas efetuadas pela Petrobras, em vez de demonstrar os trabalhos de auditoria efetuados.
As acusações apontam falhas na avaliação da PwC envolvendo a Refinaria de Abreu e Lima, o polo petroquímico Comperj e as atas do conselho de administração da Petrobrás. O processo foi encerrado em março deste ano e a PwC absolvida.
A auditoria da Petrobrás, hoje, é feita pela KPMG, mas outras estatais, como a Eletrobras, seguem com suas contas auditadas pela PwC.
Marcos de Vasconcellos é jornalista e empreendedor, CEO do Monitor do Mercado e do Monitor Investimentos.
Fonte: Monitor do Mercado
Comentários
2012, 2013 e 2014! Quem diria! Justamente no período em que não havia corrupção no país, segundo algumas pessoas defendem.