O jornalista Fernando Brito, editor do blog Tijolaço, lembrou o legade Leonel Brizola, ex-governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro cujo nascimento completa 100 anos nesse sábado (22). Em entrevista ao programa O Dia em 20 Minutos, da TV 247, Brito, que foi assessor de imprensa de Leonel Brizola entre 1982 e 2004, falou sobre o compromisso do líder do PDT com a educação, com os trabalhadores e com a democracia no Brasil.
Sobre a situação dos trabalhadores brasileiros, Brito lembrou que Brizola deu continuidade ao movimento iniciado pelo presidente Getúlio Vargas, mas ponderou que a estrutura do trabalho se modificou no país, com a crescente robotização das indústrias e a base da economia cada vez mais voltada para o setor de serviços. "As estratégias de luta hoje são realmente diferentes. Você não pode pretender ter uma legislação trabalhista como a que tínhamos no início dos anos 50. Mas por outro lado não podemos aceitar que a legislação trabalhista dos anos 2020 seja inferior àquela que em 1950 era possível ao país sustentar. Nossa produção e produtividade aumentaram, os lucros empresariais aumentaram e o trabalhador tem que ganhar menos e ser menos protegido? É uma contradição que temos que superar. O progresso econômico só tem serventia se ele contribuir para o avanço dos níveis de vida das pessoas. ", avaliou Brito, em entrevista ao jornalista Aquiles Lins e ao chargista Renato Aroeira. "O trabalhismo é a afirmação dos valores do trabalho sob o puro império dos valores do capital", acrescentou.
Ao falar sobre os desafios da candidatura e de um eventual governo Lula, Fernando Brito defendeu a ampliação de alianças para retomar o desenvolvimento e a qualidade de vida dos brasileiros. "O centenário de Brizola será comemorado por muita gente que no passado mentiu, caluniou, intrigou, procurou fazer o mal sempre que podia a um líder popular que este país teve. Não tem importância. Não é hora da gente ficar cavando no nosso passado as razões para nos conflitarmos. O tempo acaba fazendo com que as ideias corretas, as práticas justas, os compromissos generosos com a população sobrevivam e vençam, apesar dos embates durante décadas que o Brizola teve.
Para Brito, o maior compromisso das forças progressistas não é o de ir ao governo, mas o de realizar a transformação do país. "E de fazer tudo aquilo que ao longo de seus 84 anos de vida, Leonel Brizola pensou: trazer o Brasil para a educação, para a saúde, para o progresso industrial, para uma situação em que o povo brasileiro possa olhar para frente, sabendo que este país, pelo seu tamanho e população, tem a obrigação de fazer, o de ser uma dos países mais desenvolvidos do mundo", afirmou.
Fonte: Brasil 247
Comentários
Deve-se ressaltar que este importante episódio amplamente antagônico sempre é omitido pela maioria dos que descrevem sua biografia.
Por ocasião da morte do Brizola em 2004, o Lula até compareceu no velório, mas ficou pouco tempo pois foi escorraçado por seus seguidores.
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Em 1989, votei no Leonel Brizola e fiquei indignado por não ter sido ele a ir para o segundo turno. Hoje, passados mais de 30 anos, mantenho a convicção de que aquele era o momento de Brizola.
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Tivéssemos elegido ele como presidente e o Brasil teria tomado outro rumo, o rumo da soberania, da autodeterminação, da implantação de um projeto nacional-popular de desenvolvimento que garantiria a vida digna a que brasileira e cada brasileiro têm direito.
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Lamentavelmente, Brizola não foi para o segundo turno – há quem afirme, com convicção, que ele foi roubado, uma vez mais -, Collor ganhou e começou o desmantelamento nacional com a imposição definitiva da agenda dos países ricos e seu neoliberalismo.
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Que falta nos faz Leonel de Moura Brizola numa era em que virou moda ser entreguista/privatista e ficou muito difícil enxergar um nacionalista convicto.
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O Rio Grande do Sul é prolífico em parir nulidades que vão participar do cenário político nacional. Mas, ainda que produza nulidades aos montões, alguns que aqui nasceram podem ser colocados no rol dos imprescindíveis de Bertolt Brecht.
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Brizola é um deles, estando muito bem acompanhado por Getúlio Vargas, Luís Carlos Prestes, “O Cavaleiro da Esperança”, João Cândido, “O Almirante Negro”, Olívio Dutra e outros.
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Continua
Não acredito em informações sem provas irrefutáveis. Tem que submeter a denúncia ao MP e Apurar.
Foi um PÉSSIMO governador. Acabou com o estado. Hoje o RJ sofre com a bandidagem, fruto dos desmandos dele e de outros governadores que seguiram.