Durante evento no Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), no último dia 3 de outubro, em São Paulo, o presidente do Conselho de Administração da Petrobrás, Nelson Carvalho, afirmou que a estatal está mais próxima de atingir, antecipadamente, sua meta de desalavancagem, estipulada para 2018.
A Companhia pretendia alcançar um índice de alavancagem (medido pela dívida líquida/Ebtida ajustado) de 2,5 vezes no próximo ano. No segundo trimestre, a estatal estava com uma alavancagem de 3,2 vezes contra 5,1 vezes registrada no final de 2015.
Crítico da meta de tresloucada desalavancagem, usada para justificar o programa de venda de ativos estratégicos, o geólogo Luciano Chagas, consultor independente e com atuação na área de avaliação de ativos exploratórios para diversas empresas, avalia que a alavancagem de 2,5 é um indicador pouco usando pela indústria petroleira, que tem como características atuar em projetos de longa maturação.
“Ela varia de acordo com inúmeros fatores, entre os quais o câmbio, para empresas tipo Petrobras, com dívidas em dólares (80%), e expectativas de retorno de curto médio e longo prazo. Sempre nos prazos menores as alavancagens são obviamente maiores e elas se reduzem substancialmente à medida que os projetos dão os retornos expectados em termos de geração de caixa via incremento de produção e aumento substantivo dos lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (lagida em português ou ebtida)." Assim, pondera o geólogo, as meta ou alavancagens baixas serão seguramente obtidas em prazos mais longos para quem tem ativos e investimentos como tem a Petrobras, com caixa de U$ 26 bilhões e disponibilidade, hoje, de U$ 1,8 para cada U$ 1 que deve, ou com variações brutas nas taxas cambiais, como ocorrido.
Para o consultor, dizer que a dívida da Companhia é impagável não passa de uma “falácia cantada em verso e prosa que virou verdade para os ‘analistas’ (sic.) brasileiros' que não se dão ao trabalho de constatar o que dizem ou escrevem. “Chamo isso de efeito dos ‘papagaios’, que só repetem o que lhe é conveniente sem saber o significado.”
“Mentirosos! Inventaram uma situação financeira calamitosa para a Petrobras, para justificar a venda criminosa de ativos, obra a meu ver absolutamente deletéria”, argumenta Chagas. “Pior! Na ânsia de vender ativos criam empresas enxutas investindo capital (“escasso”segundo Pullen Parente e séquito) da ordem de R$ 6 bilhões, esquecendo a contabilidade dos recebíveis duvidosos, como os da Eletrobras”. É o que ocorrerá, segundo o Consultor, com a BR Distribuidora após a diluição de capital planejada via IPO no mercado bursátil.
“Um dia a verdade aflorará. Estes dirigentes pertencem à mesma trupe e usam criminosamente falsas informações para vender, a preço de banana, preciosos ativos da Petrobras. Enquanto isso, em outra ação também absolutamente criminosa, ao incentivar a concorrência, a Petrobras tem faturamento bruto em vertiginosa queda, pífio mesmo, e perde mercado para concorrência que agora importa óleo bruto e derivados, incluindo diesel e gasolina, tornando nossas refinarias cada vez mais ociosas e ceifando empregos de brasileiros”.
Dentro do mesmo contexto, também o conteúdo local está sendo atacado, inclusive nos contratos pré-existentes, gerando cada vez mais insegurança jurídica e mercado de trabalho fora do Brasil. "Quem duvidar, compare os faturamentos brutos da Petrobras nos últimos cinco anos com as importações das companhias alhures, etc. Burlam a CVM ao exportar óleo cru que passivamente assiste a tais desmandos”, finaliza.
Entrega da BR Distribuidora
No mesmo evento, Nelson Carvalho também falou sobre o processo de venda da BR Distribuidora. Segundo o executivo, o objetivo da Petrobrás é realizar a oferta pública de ações (IPO) da empresa ainda este ano.
O percentual de capital da BR que será vendido será definido dias antes do lançamento da oferta, de acordo com Carvalho.
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Comentários
Inventaram nada. A situação é calamitosa mesmo, basta comparar nossos índices de dívida com o das outras empresas.
Inventaram sim senhor Danilo. O senhor é que não comparou os índices, todos, mesmo considerando as majores que distribuem fartos dividendos anuais tem apenas U$ 0.9 para cada dólar que deve. Vá nos balanços e nos balancetes. Duvido que seja diferente
Não acha que deveria estudar os balanços da empresa antes de afirmar as suas bobagens por aqui?
Não acha que deveria parar de repetir informações falsas e apresentar fontes e estudos para suportar suas opiniões?
A sua ignorância frente a esse tema é vergonhosa!