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Petrobrás continua sendo potência econômica

Desestatização pode reduzir drasticamente lucratividade da empresa

Publicado em 26/04/2019
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A vocação entreguista das seguidas gestões da Petrobrás, comandada no governo de Jair Bolsonaro por Roberto Castello Branco, não tirou da empresa seu papel de destaque entre as estatais brasileiras e as petrolíferas do mundo.

A avaliação é do conselheiro da Associação de Engenheiros da Petrobras (Aepet) e do Petros Ronaldo Tedesco. Ele destacou que o processo de privatização pelo qual a companhia passa teve peso pequeno na diminuição do déficit nos últimos anos.

“A Petrobras teve uma redução brutal da sua dívida, foi inclusive a grande meta das últimas direções com Ivan Monteiro à frente, só que isso aconteceu, pelos estudos que fizemos na Aepet, com 75% dessa redução em função da geração de caixa e apenas 25% com a venda de ativos. Apesar de toda essa situação, a Petrobras continua bombando como uma empresa nacional, referência, como uma empresa rentável, com geração de caixa extraordinária”, citou.

O dirigente ressaltou, no entanto, que os planos de desestatização por ordem do Palácio do Planalto podem fazer com que os lucros da empresa sejam reduzidos drasticamente.

“O que está acontecendo é que o projeto do governo e da atual direção da Petrobras é contrário a isso, é de venda de ativos que vai reduzir a geração de caixa. A Petrobras pela sua excelência, qualidade dos profissionais, pelo projeto nacional integrado das refinarias, da exploração e da instituição, continua sendo uma potência econômica e vive esse momento difícil muito mais em função da gestão privatista que está sendo feita do que propriamente por sua característica intrínseca de empresa integrada a nível nacional”, continuou Tedesco.

O Petros, plano de Previdência dos profissionais da Petrobras, atravessa dificuldades de financiamento por conta da falta de gestão da estatal, responsável única por controlar todos os processos, escolhendo diretores e conselheiros.

Em uma tentativa de salvar o Petros, foi aprovado em 2017 o pagamento de contribuições extraordinárias, que elevaram em média ao triplo o valor dos descontos de funcionários da ativa e de aposentados. As entidades dos petroleiros buscaram decisões liminares na Justiça para evitar que a medida fosse posta em prática.

“Esse pagamento inviabiliza não só o plano como a vida das pessoas. Essa gestão da Petrobras tem se mostrado desastrosa, eles acusam governo A, B e C, se dizem vítimas do processo da Lava Jato, mas na verdade dentro da Petros a Petrobras não é vítima, é algoz. Ela é a grande responsável por toda essa situação”, declarou o conselheiro.

A solução para o plano de Previdência da estatal só se dará com a participação dos profissionais da empresa na gestão do Petros, na opinião de Tedesco. Entretanto, ele admite que as intenções do governo Bolsonaro são outras.

“Acredito que a gente tem condição de reverter essa situação, mas para isso a Petrobras terá de ceder na própria gestão da Petros, ela tem de ser compartilhada com os trabalhadores, mas infelizmente esse não é o projeto do governo. O Paulo Guedes está querendo nomear uma super agência com seguros privados e também Previdência complementar fechada, que estaria sob a égide da Solange Vieira, que foi a responsável pelo fator previdenciário, ou seja, boa coisa não vem daí”, lamentou.

Clique aqui para ouvir a entrevista na íntegra

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