Resultado 1º T 2019 : Petrobrás cava sua própria cova (e o Brasil vai junto)
A cada publicação de resultados da Petrobrás é lamentável e irritante
assistir o festival de mentiras divulgadas pela grande mídia brasileira cooptada por interesses inconfessáveis.
A grande mídia só divulga entrevistas realizadas com técnicos de bancos que tem interesse na compra de ativos da empresa ( Itau, BTG-Pactual, Bradesco etc) e lobistas representantes de investidores (Adriano Pires, Alvaro Bandeira etc).
É incrível a tranquilidade como eles falam que a “empresa está em recuperação pois estava praticamente quebrada” sem apresentar nenhum número, nenhuma prova. Na realidade números e provas que não existem, por se tratar de uma enorme mentira , como demonstramos no artigo a seguir :
Há quantos anos temos ouvido estas falácias que visam exclusivamente beneficiar grupos econômicos (nacionais e estrangeiros) em detrimento de nosso país e seu povo.
Aparentemente esta campanha lesa-pátria só será encerrada quando tiverem sugado tudo o que foi construído ao longo de décadas com esforço e suor dos funcionários da Petrobrás e da nação brasileira.
Uma campanha que vem de longa data como vemos no artigo a seguir :
Ontem foi apresentado o resultado do 1º trimestre de 2019, no qual a empresa registrou um lucro de R$ 4,1 bilhões. São feitos comparativos com os resultados do 1º trimestre de 2018 e do 4º trimestre de 2018.
Mas se olharmos os resultados obtidos (em primeiros trimestres) no período em que o consumo interno foi subsidiado (2010/2013) e que muitos dizem (sem apresentar números) que foi a causa da empresa ter “quebrado” temos o seguinte :
Resultados 1º trimestre R$ bilhões
2010 |
2011 |
2012 |
2013 |
7,7 |
11,0 |
9,2 |
7,7 |
Fonte : Balancetes Petrobrás
Vejam que passados tantos anos, com inflação acumulada no tempo e com aumento de produção, a companhia hoje não consegue chegar perto dos resultados obtidos no passado.
Ocorre que naquele tempo as refinarias brasileiras operavam a plena capacidade e a Petrobrás detinha praticamente 100% do mercado interno de derivados . Nós pagávamos combustíveis a preços mais baixos do que os internacionais e a empresa lucrava mais. Ou seja , todos ganhávamos.
Hoje, com a absurda politica de paridade de preços, as refinarias brasileiras da Petrobrás trabalham com 25% de ociosidade, a Petrobras perde mercado interno para derivados importados (principalmente dos EUA) e nós pagamos preços mais altos do que os internacionais. Ou seja, todos perdemos, só quem lucra são as refinarias americanas, os traders internacionais e os produtores de etanol.
Cláudio da Costa Oliveira
Economista da Petrobrás aposentado
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