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Murillo Torelli

Quem está se beneficiando com a política de preços da Petrobrás?

As trocas sucessivas de presidentes da petroleira nos últimos anos chamam a atenção, mas a forma como estes lidam com o Preço de Paridade de

Publicado em 19/08/2022
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As trocas sucessivas de presidentes da petroleira nos últimos anos chamam a atenção, mas a forma como estes lidam com o Preço de Paridade de Importação (PPI) é ainda mais interessante. Essa política de preços já é adotada desde 2016 com o governo Temer; nos governos anteriores, a Petrobras atuava com preços controlados.

O PPI foi um dos pilares para a reestruturação financeira da empresa, maximizando sua rentabilidade, possibilitando um mercado mais competitivo e cumprindo um compromisso assumido com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Com o aumento do preço dos combustíveis e valorização do dólar, a política do PPI foi aplicada pela Petrobras, e os valores da gasolina e óleo diesel foram duramente reajustados no Brasil.

O ponto de questionamento é: quando o petróleo e o dólar aumentam de valor, "nosso" combustível também aumenta de valor. E quando o petróleo e o dólar recuam, o "nosso" combustível também não deveria recuar de valor?

Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), na segunda-feira, 8 de agosto, o valor cobrado pelo diesel no Brasil tinham uma defasagem de 14% comparado com o mercado internacional, uma diferença de R$ 0,64 por litro no óleo diesel, e na gasolina a defasagem era de 8%, ou seja, R$ 0,24 por litro.

Na tabela seguinte apresento quanto isso representa de "lucro" indireto, sem esforço para os vendedores de combustíveis no Brasil. Vale lembrar que a Petrobras tem quase o domínio completo do mercado brasileiro.

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Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), no Brasil são consumidos em média 5.166.850.000 litros de óleo diesel por mês e outros 3.259.090.000 litros gasolina; considerando a defasagem de preços nos dois combustíveis, são R$ 4.088.965.600,00 que os brasileiros estão pagando a mais por mês, pois a Petrobras não está aplicando o Preço de Paridade de Importação.

Deixo o questionamento: quem está se beneficiando com isso?

Murillo Torelli é professor de contabilidade financeira e tributária no Centro de Ciências Sociais e Aplicadas (CCSA) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM).

Fonte: Monitor Mercantil

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