Siga a AEPET
logotipo_aepet
Publicado em 17/10/2019

Precarização do ACT para promover a privatização

Contradizendo o que se apregoa em campanhas de forte apelo (mas pouca coerência),

as últimas direções da Petrobrás não têm valorizado a força de trabalho. Ao contrário, desvalorizá-la está na ordem do dia, e é algo diretamente vinculado aos planos de privatização da companhia. Rebaixar custos com pessoal (salários, demais remunerações e benefícios) é uma demanda imposta pelos agentes privados que regem o mercado. Portanto, esse rebaixamento se torna imperioso para facilitar as vendas, ao tornar o negócio mais atrativo aos olhos dos compradores em potencial. Por outro lado, aterrorizar os petroleiros com a ameaça de retirada de direitos e ganhos históricos também cumpre um papel neste processo: Acuar e apassivar a capacidade de reação da categoria em defesa da Petrobrás, diante das ameaças de cortes de conquistas históricas.

Em paralelo, no campo das ideias, repete-se à exaustão um discurso corporativo induzido pelo padrão do mercado, introduzindo uma cultura estranha à nossa tradição de desenvolvimento, inovação e colaboração. Ainda, sobrecarregam-nos com o discurso da “meritocracia”, ocultando que o outro lado dessa suposta premiação ao mérito está a punição aos que não satisfazerem o alinhamento acrítico à alta direção. Fica a indagação de quem julga o bom desempenho, e sob quais critérios, quando existe tanta subjetividade envolvida. Querem nos fazer crer que não há alternativas a não ser a rendição aos ditames do sistema financeiro internacional ditados pelo deus mercado. Junte-se a isso o aprofundamento da subordinação financeira da companhia, que a submete ao objetivo de rentabilidade parasitária imediata e não sustentável.

Não por acaso, não só existe essa pressão para diminuição do custo com pessoal, mas também o investimento nos últimos anos tem sido estrangulado, caindo a cerca de 1/5 do que fora no passado ainda recente, projetado para apenas US$ 10 bi em 2019. Enquanto o lucro distribuído a acionistas tem sofrido elevações galopantes. É essa inversão de prioridades que nos faz perder oportunidades de crescimento integrado, e impedem a Petrobrás de fazer valer seu direito de preferências nos últimos leilões.

Faz-se necessário uma contraposição firme da categoria com relação ao avanço do pesadelo privatista, e a precarização do ACT é uma expressão indissociável dessa intenção de privatizar a maior companhia do Brasil..

Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET)

Compartilhe:

Receba os destaques do dia por e-mail

Cadastre-se no AEPET Direto para receber os principais conteúdos publicados em nosso site.
Ao clicar em “Cadastrar” você aceita receber nossos e-mails e concorda com a nossa política de privacidade.

Cartas Anteriores

27/10/2020

Nova Transportadora do Sudeste (NTS): Privatização Lesiva e Reestatização

17/08/2020

Participação da Petrobrás na Belém Bioenergia Brasil (BBB), avaliada em R$ 205 milhões, vendida por apenas R$ 24,7 milhões

13/07/2020

5 Contrapontos para Entender a Estratégia da Atual Direção da Petrobrás

Receba os destaques do dia por e-mail

Cadastre-se no AEPET Direto para receber os principais conteúdos publicados em nosso site.

Ao clicar em “Cadastrar” você aceita receber nossos e-mails e concorda com a nossa política de privacidade.