Países que garantem alta produção de petróleo

Vários grandes países produtores de petróleo — incluindo Emirados Árabes Unidos, Iraque, Arábia Saudita, Brasil e Guiana — estão expandindo a produção apesar das metas globais de zero líquido.

Publicado em 17/07/2025
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Foto: Bruno Castro/Petrobrás

Em meio a debates acalorados sobre a rapidez e o custo com que o mundo poderia atingir emissões líquidas zero, diante das constantes mudanças geopolíticas e turbulências no mercado, diversas nações produtoras de petróleo estão redobrando seus esforços em petróleo e em seu papel no fornecimento global de petróleo bruto.

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Do Oriente Médio à África, América do Sul e até mesmo Europa, estes são sete grandes ou aspirantes produtores que buscam aumentar sua produção nos próximos anos, com alguns também trabalhando para aumentar sua capacidade de produção de petróleo.

Emirados Árabes Unidos

Os Emirados Árabes Unidos (EAU), um dos maiores produtores da OPEP, estão aumentando sua capacidade de produção de petróleo.

A ADNOC, a companhia petrolífera nacional de Abu Dhabi, pretende aumentar sua capacidade de produção para 5 milhões de barris por dia (bpd) até 2027, ante 4 milhões de bpd há alguns anos. Atualmente, a capacidade é de cerca de 4,8 milhões de bpd.

Na semana passada, o Ministro da Energia dos Emirados Árabes Unidos, Suhail Al Mazrouei, sugeriu que a capacidade poderia aumentar para além de 5 milhões de bpd após 2027, se necessário.

"Podemos chegar a 6 milhões se o mercado exigir", disse Al Mazrouei à Reuters durante o seminário anual da OPEP em Viena.

O ministro observou, no entanto, que esse aumento adicional não é uma meta oficial, ao contrário da meta de 5 milhões de bpd até 2027.

O aumento da capacidade de produção permite que os Emirados Árabes Unidos busquem uma cota de produção maior nos acordos da OPEP e da OPEP+. Por exemplo, no ano passado, os Emirados Árabes Unidos defenderam e obtiveram uma cota maior para 2025 e 2026 devido ao aumento de sua capacidade de produção.

Iraque

Outro grande produtor, o Iraque também planeja aumentar sua capacidade de produção. O segundo maior produtor da OPEP busca aumentar sua capacidade para mais de 6 milhões de bpd até 2029 e, potencialmente, produzir 7 milhões de bpd nos próximos cinco anos.

A produção atual do Iraque é de cerca de 4 milhões de bpd, buscando compensar a superprodução anterior nos acordos da OPEP+.

O Iraque é indiscutivelmente o produtor de petróleo do Golfo mais dependente das receitas do petróleo. Apesar dos esforços para diversificar sua economia, o país está dobrando seus investimentos em seu recurso mais precioso: enormes reservas de petróleo bruto, estimadas como a quarta maior do mundo.

Arábia Saudita

Falando em grandes, a Arábia Saudita, maior produtora da OPEP e maior exportadora mundial de petróleo bruto, também está apostando alto no petróleo. O petróleo bruto é o pilar das receitas do Reino para o plano de diversificação da economia e a principal fonte de receita para o orçamento.

No ano passado, a Saudi Aramco afirmou ter recebido ordens da liderança do Reino para interromper as obras de expansão de sua capacidade máxima sustentável para 13 milhões de bpd, mantendo-a em 12 milhões de bpd.

Ainda assim, os sauditas continuam sendo a força mais influente na OPEP e na OPEP+.
Mesmo com a Arábia Saudita licitando uma capacidade massiva de 44 gigawatts (GW) para projetos de energia renovável, o país manterá seu potencial de produção de petróleo para garantir a segurança energética global, afirmaram autoridades do Reino em outubro.

Enquanto o mundo caminha para uma transição energética, todas as formas de energia serão absolutamente necessárias para garantir a segurança energética global, afirmou o Ministro da Energia da Arábia Saudita, Príncipe Abdulaziz Bin Salman.

“Estamos comprometidos em manter 12,3 milhões de capacidade de petróleo bruto e estamos orgulhosos disso”, disse o ministro.

O presidente e CEO da Saudi Aramco, Amin Nasser, afirmou no mês passado que “a realidade revelou um plano de transição que foi superestimado e mal executado em grande parte do mundo, especialmente na Ásia”.

O mundo precisa aceitar que “a transição não será tranquila nem indolor, especialmente em um mundo cada vez mais volátil e incerto”, disse Nasser.

Brasil

Do outro lado do mundo, e fora de qualquer acordo da OPEP+, o maior produtor de petróleo da América do Sul e um dos dez maiores do mundo, o Brasil, está aumentando sua produção e explorando mais petróleo, mesmo em áreas sensíveis na costa da Amazônia.

O Brasil está leiloando, com bastante sucesso, áreas offshore na camada pré-sal e na bacia da Foz do Amazonas, que faz parte da Bacia Equatorial. Grandes petrolíferas acorreram a uma licitação realizada recentemente em junho. Enquanto isso, a gigante estatal de energia Petrobrás está investindo bilhões de dólares para impulsionar a exploração e a produção de petróleo e gás. O plano de investimentos da Petrobras para o período de cinco anos até 2029 é de US$ 111 bilhões. Desse total, US$ 77 bilhões são destinados às atividades de exploração e produção de petróleo e gás.

Guiana

Vizinha do Brasil no nordeste, a Guiana é o mais novo petroestado do mundo.

A produção e a exportação de petróleo, iniciadas em 2019, levaram a uma economia em expansão, que vem apresentando crescimento de dois dígitos nos últimos anos.
A Guiana já produz mais de 660.000 bpd de petróleo bruto no bloco Stabroek, operado pela Exxon.

A capacidade de produção na Guiana deverá ultrapassar 1,7 milhão de barris por dia, com a produção bruta crescendo para 1,3 milhão de barris por dia até 2030, segundo a Exxon. A Guiana é agora o terceiro maior produtor de petróleo per capita do mundo, de acordo com a petroleira americana.

O aumento da produção e das exportações de petróleo ajudaram a economia da Guiana a crescer 43,6% no ano passado, marcando o quinto ano consecutivo de crescimento do PIB de dois dígitos, que começou logo quando a Guiana se tornou produtora de petróleo.

Namíbia

Na África Ocidental, existe um aspirante a produtor de petróleo que foi apelidado de "a nova Guiana", em meio à expectativa de que os recursos petrolíferos da Namíbia possam ser semelhantes aos enormes volumes encontrados na costa da Guiana.

Apesar das metas de zero emissões líquidas de muitos países que seriam potenciais compradores do petróleo da Namíbia, o país quer se tornar um produtor de petróleo e, possivelmente, replicar o sucesso da Guiana.

Como um dos mais recentes polos de exploração do mundo, a Namíbia está avaliando novos incentivos e opções de financiamento para oferecer às grandes empresas internacionais que preparam planos para a produção de petróleo na costa do país africano.

Grandes empresas de petróleo e gás, incluindo a Shell, a TotalEnergies e a empresa de energia portuguesa Galp, já fizeram descobertas significativas na costa da Namíbia.
No entanto, sem infraestrutura adequada, os custos dos planos de desenvolvimento da produção são maiores.

É por isso que a Namíbia quer ajudar as grandes empresas com mais incentivos para que elas tomem decisões finais de investimento em projetos de produção de petróleo.

Em maio, um alto funcionário afirmou que a Namíbia espera que a TotalEnergies e a norueguesa BW Energy tomem as decisões finais de investimento em projetos de petróleo no final de 2026.

Noruega

Por último, mas não menos importante, uma menção honrosa vai para a Noruega, o maior produtor de petróleo e gás da Europa Ocidental, onde as vendas de veículos elétricos (VE) têm uma participação de mercado impressionante de 97%.

Apesar de uma frota predominantemente de veículos elétricos e de uma produção de eletricidade 97% renovável, dominada pela energia hidrelétrica, a Noruega quer manter uma alta produção de petróleo e gás pelo menos até 2035, para ajudar a atender à demanda europeia.

Ao contrário da maioria dos governos europeus, os sucessivos governos da Noruega têm apoiado fortemente, há décadas, a indústria de petróleo e gás, que gera enormes receitas para o orçamento e para o fundo soberano, o maior fundo do mundo, com ativos avaliados em cerca de US$ 1,92 trilhão até esta semana.

A Equinor, empresa norueguesa de energia estatal, continua a aprovar grandes expansões de capacidade e perfurações para novas descobertas para "manter um alto nível de produção de petróleo e gás em patamares até 2035".

Mais esforços de exploração e novas descobertas seriam cruciais para desacelerar o declínio esperado na produção de petróleo e gás da Noruega na década de 2030, disseram as autoridades norueguesas nos últimos anos.

Fonte(s) / Referência(s):

Tvestana Paraskova
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