Figueiredo ao AEPET TV: "Transição energética não passa de retórica"
"Quando se trata de biocombustíveis, temos que tirar o chapéu para os marketeiros do agronegócio"
Nesta entrevista ao AEPET TV, o geólogo Jorge Picanço de Figueiredo, professor da UFRJ e PhD pela University of Liverpool, argumenta que a produção das chamadas energias limpas, ditas renováveis, não é limpa nem renovável. Figueiredo avalia que o neoliberalismo transformou o termo transição energética em comoditie negociada no mercado financeiro, proporcionando lucros em muitos segmentos, inclusive o da Educação.
Figueiredo, que trabalhou por 22 anos na Petrobrás e atualmente é coordenador do LABAS, Laboratório de Análise de Bacias Sedimentares da UFRJ, denuncia, por exemplo, que o bioma do Cerrado é um dos mais afetados pelo plantio de milho para produção dos chamados biocombustíveis e que o biodiesel é produzido em maior escala no Pará, onde há conflitos agrários com os povos originários.
“O que tem de limpo nisso?”, indaga o geólogo, propondo a diversificação das matrizes energéticas como saída para o impasse da produção de energia no mundo, o que inclui o petróleo, o gás e até o carvão.