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Lincoln de Abreu Penna

Atenção!

Neste momento, meados do ano de 2018, cabe a quem tem compromisso com o povo brasileiro alertá-lo diante do que se passa no país. Não me refir

Publicado em 15/06/2018
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Neste momento, meados do ano de 2018, cabe a quem tem compromisso com o povo brasileiro alertá-lo diante do que se passa no país. Não me refiro a continuidade da crise de consequências nefastas para todos. Refiro-me ao progressivo divórcio entre as instituições políticas e o povo. Tal situação não decorre apenas da insatisfação dos serviços públicos, cada vez mais deteriorados, mas ao descaso de pleitos justos e legítimos de categorias que reivindicam condições dignas, como é o caso dos caminhoneiros. Em situações como esta, a imperícia de governos e volúpia das demandas reprimidas servem ao oportunismo de grupos econômicos.

Quando isso acontece todo e qualquer pacto civilizatório é afetado de modo a gerar consequências imprevisíveis. Pode levar a tendências alimentadas pela intolerância de ambos os lados e pelas convicções segundo as quais só restam as soluções de força; ou a incapacidade de produzir resultados satisfatórios em razão da fragilidade e ou omissão de governos como o de Temer. Este cenário não está distante do que se passa no Brasil às vésperas de um novo processo eleitoral de perspectivas pouco animadoras, de modo a resultar numa dessas catastróficas possibilidades.

E o aprofundamento da crise a atravessar todos os níveis conduz à desesperança e a crença de que as soluções possam vir através de ações ou medidas extralegais. Daí a tentação de golpes contra a democracia se multiplicar em momentos de grande tensão, como o de agora diante, por exemplo, da greve dos caminhoneiros. Legítima, por um lado, porém altamente prejudicial à vida não de governos, mas da população refém dos atos a provocarem a paralisia das atividades econômicas e o dia a dia dos cidadãos.

Dessa forma, todos os interesses são contrariados em razão de uma justa reivindicação da categoria, que como as demais tem sido vítima do desmando de um governo que não consulta a vontade popular reiteradamente a manifestar o seu repúdio à permanência dos atuais mandatários ilegítimos do país. E com o desprezo que seus integrantes revelam pela sorte do povo atiçam os que observam os desmandos, a incompetência, a incúria, a desonestidade e criam, com isso, as condições para pronunciamentos militares com o respaldo da nação, equivocadamente convencida de que só assim é possível debelar este estado de coisas.

A conjuntura política favorece a prática de expedientes nada democráticos, como o emprego do lockaut(locaute) técnica comum das classes proprietárias e dominantes para obter vantagens pela via da chantagem, ou para inviabilizar a democracia. E este perigo aumenta em países como o Brasil em que a mídia se encontra dominantemente sob controle de meia dúzia de famílias que vêm se beneficiando desse monopólio da comunicação. Diante desse quadro, toda atenção é pouca. E torna-se imprescindível que os cidadãos de bem se organizem, principalmente os trabalhadores alvos preferenciais de investidas dos que querem manter a dominação e o conluio com os interesses antinacionais, contrários, portanto, à soberania nacional.

Grupos econômicos com forte poder de pressão, aliados a outros tradicionais núcleos avessos a qualquer mudança que retire o mínimo que seja de seus privilégios e amparados pelo atraso dos que temem as transformações tão necessárias ao país, se juntam nesta hora para perpetuarem o quadro da desigualdade nacional. Em paralelo prosperam as ações do poder imperial do grande capital de olho em nossas jazidas petrolíferas, especialmente no pré sal, cuja cobiça tem sido objeto de articulações subalternas com vistas à criação de condições propícias para projetos intervencionistas mais abertos não só no Brasil como na América do Sul.

Urge que se conjuguem esforços para que se constitua uma ampla frente nacional e popular, com base em pressupostos democráticos, capaz de enfrentar tanto as pressões internacionais em defesa dos recursos e riquezas nacionais, como para fazer frente aos projetos que reúnem o atraso e as forças que apostam em soluções extralegais. São estas que possibilitam o aparecimento de um protofascismo indesejável e absolutamente repudiável por parte da consciência nacional e democrática do povo brasileiro entregue às suas tarefas de um cotidiano duro e amargo, em função de políticas públicas de um governo alheio aos seus interesses.

Lincoln de Abreu Penna é presidente do MODECON - Movimento em Defesa da Economia Nacional

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