Proclamação dos caminhoneiros à Petrobras, ao povo e à nação
pela tecnocracia que vem comandando a Petrobras desde 2017. Nós não estamos falando em baixas rendas derivadas de nossa atividade. Estamos fala
pela tecnocracia que vem comandando a Petrobras desde 2017. Nós não estamos falando em baixas rendas derivadas de nossa atividade. Estamos falando em sobrevivência. Temos trabalhado com custos máximos de derivados e preços mínimos de fretes. É uma contradição que torna insuportável a instabilidade de nossa vida doméstica.
A direção da Petrobras nunca justificou perante o povo, o Congresso e os próprios caminhoneiros esse sistema intolerável de preços, que atende exclusivamente a interesses econômicos externos acobertados de ideologia privatista. Não há nenhuma razão para se vincular o preço do diesel aos preços internacionais, nem atrelá-lo ao câmbio, já que os custos dos derivados de petróleo são basicamente internos, mais baixos, inclusive de matéria-prima.
É um escárnio ao povo brasileiro que tenha construído uma das maiores empresas petrolíferas do mundo, com seu sangue e suor, para torná-la um instrumento de operação manipulado por empresas e forças estrangeiras. Os brasileiros que fizeram a Petrobras para garantir suprimento de derivados a preços justos devem estar se revolvendo nos túmulos diante da traição à Pátria praticada pelo sistema vigente de preços de derivados de petróleo.
Repelimos também a política de privatização aos pedaços da Petrobras, infelizmente acobertada pelo Supremo Tribunal Federal. Lamentamos a aparente falta de conhecimento técnico do tribunal ao aceitar a proposta de liquidação do monopólio de refino em nome, novamente, da ideologia privatista. É que, sem o virtual monopólio do refino, jamais poderemos voltar a ter no Brasil uma política básica de preços de derivados autônoma.
Não temos uma atitude radical na discussão da política de derivados de petróleo, que se confunde também com a política de preços da energia elétrica. Sustentamos, tecnicamente, que a política de preços pelo custo, tradicionalmente adotada no Brasil durante décadas, é a que melhor se aplica a empresas públicas monopolistas ou semimonopolistas. Não existe qualquer sentido em mudar os princípios dessa política. Portanto, temos que reverter a ela.
Embora os custos de eletricidade não afetem diretamente os caminhoneiros, eles encampam a demanda por uma política de energia elétrica adequada, também vinculada a custos, pois ela afeta diretamente o orçamento doméstico, sobretudo de uma família pobre. Também aí temos uma péssima política que simplesmente segue modelos abstratos, mediante a radicalização da ideia de mercado, e que precisa ser revertida.
Em síntese, exigimos o imediato reposicionamento dos sistemas Petrobras e Eletrobras para que adequem suas políticas em nome do interesse público e da Nação, e não em nome do mercado. Confiamos em que não serão exigidas de nós iniciativas drásticas para ver revertido um quando socioeconômico que não diz respeito apenas a nós e a nossas famílias, mas as famílias de todos os brasileiros, inclusive dos que um dia contribuíram para construir a Petrobras e a Eletrobras.
Encaminhamos essa carta ao Ministério das Minas e Energia e, em especial, ao Estado-Maior das Forças Amadas em razão do caráter inequívoco da vinculação das questões energéticas ao interesse nacional e, sobretudo, à segurança nacional. Tendo em vista a omissão do governo em relação a essa questão até o momento, esperamos que instituições nacionais e nível superior se manifestem para tranquilidade das famílias dos caminhoneiros e do povo em geral.
José Carlos de Assis - Coordenador do Movimento Popular pela Justiça Social.
Fonte: Monitor Mercantil
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