A engenharia e a crise econômica brasileira
que há alguns anos vem sendo agravada pela nossa política econômica.Não há qualquer prioridade nos investimentos produtivos. Existem
que há alguns anos vem sendo agravada pela nossa política econômica.Não há qualquer prioridade nos investimentos produtivos.
Existem cerca de 15 milhões de desempregados, sem haver investimentos produtivos capazes não só de gerar empregos, mas também de promover um desenvolvimento econômico inclusivo e sustentável.
Essa retomada da economia passa por algumas premissas, entre elas a revogação da Emenda Constitucional 95, conhecida como TETO DE GASTOS, que impede o investimento estatal para além do realizado em 2016.
É indispensável manter o auxílio emergencial como forma de injetar recursos produtivos no país. Sem isso não há promoção de consumo.
Não se pode esquecer de incentivar o desenvolvimento científico e tecnológico através de investimentos em ciência, tecnologia e inovação, atualizando o parque industrial brasileiro.
O Brasil poderia ter um grande crescimento se atacasse duas de suas maiores mazelas, a desigualdade e a oferta pública de bens e serviços sociais. É fundamental a geração de renda para a população, promovendo um círculo virtuoso: a criação de um mercado consumidor, que gera demanda e esta, um investimento industrial que a atenda.
A oferta de equipamentos e serviços públicos envolve uma grande atuação da engenharia.
A população não pode prescindir de educação pública de qualidade e gratuita, envolvendo a construção de mais escolas.
No que concerne à saúde, é fundamental e urgente a construção de mais hospitais e a internalização de toda a cadeia produtiva de saúde no país, mormente para combater com presteza e eficácia contra a pandemia, que está liquidando a população do país.
Outro problema que é histórico é o saneamento que precisa ser atacado decisivamente.
A soberania sobre os recursos naturais minerais, petróleo, água e terra, demandados por outros países, deve estar em mãos públicas, agregando valor a esses recursos, detendo sempre a cadeia de processamento de minérios, em vez de exportá-los e depois importar já processados. E fazer o mesmo com a soja, o café e muitos outros recursos, que possam ser industrializados.
Não podemos nos esquecer da grande necessidade de infraestrutura demandada pelo Rio de Janeiro e demais estados da federação, como rodovias, ferrovias e portos, além dos já citados hospitais, escolas e saneamento. Não há aqui no Rio obras e sequer projetos de manutenção indispensáveis à qualidade de vida da população pagadora de impostos.
Com a pandemia, alongou-se o tempo de realização das obras públicas e seus custos aumentaram, face à escassez dos materiais de construção e, consequentemente, ao aumento de seus preços e às necessidades de adequações sanitárias nos canteiros de obras. Nada disso está sendo compreendido pelas autoridades.
Nos últimos anos, o mercado da engenharia vem sofrendo expressiva dependência da indústria estrangeira, devido ao desmantelamento em âmbito nacional das políticas governamentais.
A engenharia brasileira encontra sempre respostas rápidas e imperativas, mormente em épocas de crise como a que estamos vivendo. Como se diz, a Engenharia é a arte de identificar problemas, propor e desenvolver soluções para a preservação e melhoria da qualidade de vida da sociedade.
Não há desenvolvimento sem engenharia, assim como não há engenharia sem o desenvolvimento de uma nação, como é o quadro que agora estamos assistindo.
Temos que investir em crescimento expressivo no setor nacional de pesquisas, ao invés de ficar aguardando para comprar resultados externos. Nessa época de crise que estamos vivendo, assistimos a uma desarticulação de nossos principais centros de pesquisa pela absoluta falta de verbas.
A engenharia é fundamental para fortalecer a economia do país e desse momento catastrófico, com a população à deriva devido ao alto índice de desemprego.
Precisamos aprimorar a produção, contratar mais funcionários e reativar a construção pesada que emprega a mão de obra não especializada, sem pão para comer e casa para morar, sem falar em médico para se tratar, e sem condições para comprar remédios.
Procurei aqui transmitir contribuições dos “Diálogos” on-line do IBEP feitas pelo vice-presidente do Clube de Engenharia - Brasil, Sebastião Soares; o presidente do Sindicato dos Engenheiros RJ, Olímpio Alves, pelo recentemente falecido presidente da AEERJ – Associação de Empresas de Engenharia RJ, Luiz Fernando Santos Reis e por mim, representando o CREA-RJ e a ANE – Academia Nacional de Engenharia, a qual tenho a honra de presidir.
Fonte: Brasil 247
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