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Romualdo Pessoa

A Era dos Abutres

Reforma da Previdência não tem nada a ver com economizar no interesse do Estado. Conversa. Os abutres estão de olho, como sempre, no lucro que

Publicado em 20/02/2019
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Reforma da Previdência não tem nada a ver com economizar no interesse do Estado. Conversa. Os abutres estão de olho, como sempre, no lucro que advirá disso. Essa ganância tem nomes, ou siglas, pouco conhecida da imensa maioria das pessoas: PGBL e VGBL. Previdência Privada, que tem feito babar os usurários, desesperados pelos lucros fáceis.

Bancos, empresas, acionistas e sócios de empresas que estão há anos loucos por destruírem os sonhos de descanso de milhões de pobres, que já possuem uma mísera aposentadoria e nem terão mais isso, quem sabe metade. Num mundo de crise o lucro fácil gera febre, tensiona, desespera. Não há nenhuma sensibilidade, nem preocupação com o que restará para a imensa maioria das pessoas. Não por acaso o projeto de reforma da previdência está vindo junto com o projeto que endurece as leis e institucionaliza o salvo conduto para policiais agirem com mais rigor em situações que irão se deteriorar pelo aumento da miséria e da pobreza. Basta analisar o que já foi feito em outras partes do mundo, em países até com altos padrões de desenvolvimento, como no Japão, onde os velhos cometem crimes só para serem presos, pois na prisão, pelo menos lá, tem melhores condições de viver.

Enfim, isso está sendo preparado há pelo menos cinco anos e é reflexo da crise que atormenta o capitalismo desde 2008. Os problemas que existem na Previdência Social são gerados pela sonegação vergonhosa das grandes empresas, pelo desemprego gerado não somente pela crise, mas também pelas mudanças tecnológicas, que não surgem somente para facilitar as vidas das pessoas, mas principalmente para ampliar os lucros das grandes corporações e, naturalmente, de seus sócios e acionistas.

Mas se quiserem saber porque a grande mídia propagandeia tão intensamente a necessidade dessa reforma, basta pesquisar quanto essas empresas e seus proprietários e acionistas estão envolvidos com empresas de previdência privada.

Os Estados quebraram porque salvaram o sistema financeiro no auge da crise em 2008. No entanto, nem bancos nem grandes corporações irão salvar o Estado. Ao contrário, procurarão tirar do Estado toda capacidade de atuarem em setores estratégicos com forte potencial de crescimento e de rentabilidade.

Quanto à onda de combate à corrupção... É isso, uma onda, que se desfaz lentamente quando bate na costa. Mesmo que leve algumas pessoas pelo caminho depois se acalma lentamente. Até porque, para combater a corrupção é preciso destruir o capitalismo. E se quiser diminuir a corrupção no capitalismo é preciso distribuir rendas e reduzir desigualdades sociais. Em absoluto, não é o que se está fazendo aqui no Brasil, na Itália, na França, na Argentina e na maior parte do mundo. As tensões continuarão, a miséria estimulará a criminalidade e a corrupção será encoberta pelo discurso hipócrita difundido pelo neopentecostalismo fundamentalista.

Quem viver, verá!

Prof. Dr. Romualdo Pessoa (IESA/UFG)

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