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em uma “live” recente do Clube de Engenharia. “Os arrematadores de ativos da antiga Petrobrás, repassados a preços vis, igualam-se aos re
em uma “live” recente do Clube de Engenharia. “Os arrematadores de ativos da antiga Petrobrás, repassados a preços vis, igualam-se aos receptadores de produtos roubados”.
Esta tese pode ser expandida aos dividendos que a Petrobras veio a distribuir para os seus acionistas, recentemente. Sabia-se que estes seriam extremamente compensadores. Ter ações da empresa, naquele momento, era análogo a ter um bilhete a ser premiado na próxima extração da loteria.
Dentre todos que se locupletaram com a barbada, tinham pessoas de todos os tipos, inclusive algumas com discursos bem nacionalistas, que desejavam usufruir, como diziam, da sua capacidade de análise. Mas, ser nacionalista inclui também não prejudicar a sociedade brasileira em nenhuma circunstância.
Os recursos, que permitiram a “farra do boi“, vieram da cobrança exorbitante da venda de gás de botijão, diesel e gasolina, sendo que o gás de botijão é um consumo exclusivo dos mais pobres da sociedade. O diesel atinge várias classes sociais, à medida que, no Brasil, transportar significa via rodovia consumindo basicamente diesel. Finalmente, a gasolina significa os consumos das classes média e média alta.
Neste contexto, há grande dificuldade de identificação dos lesados, significando que não se pode os ressarcir. Então, primeiramente, proponho que os valores pagos pela Petrobras a título de últimos dividendos sejam devolvidos à empresa por terem sido pagos com recursos da receptação de roubo praticado junto à sociedade.
Depois, restaria o que fazer com os recursos devolvidos, porque eles também não pertencem à Petrobrás. A proposta, com a falta de ideia melhor, seria que ela depositasse estes valores integralmente em um fundo a ser administrado pelo BNDES com o objetivo de recomprar as ADR da empresa, que circulam na Bolsa de Nova Iorque e a obrigam a seguir a legislação estadunidense. Obviamente, a política de paridade de preços dos derivados aos do mercado internacional não seria mais adotada.
Muitos destes receptadores dirão que já consumiram o dinheiro, o que pode ser verdade. Entretanto, perdoá-los é premiar aqueles que exploraram os consumidores de derivados, inclusive os consumidores pobres. É preciso deixar claro que ser nacionalista não exclui ser ético.
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