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Roberto Moraes

Alta do ouro e desdolarização nas transações entre China e Rússia sinalizam alterações da geopolítica

que se desdobraram em paralelo nos últimos anos, mas em especial, no primeiro semestre de 2020, indicam alterações das placas tectônicas na g

Publicado em 17/08/2020
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que se desdobraram em paralelo nos últimos anos, mas em especial, no primeiro semestre de 2020, indicam alterações das placas tectônicas na geopolítica.

O aumento brusco do preço do ouro e a desdolarização progressiva no comércio entre China e Rússia, duas grandes potências mundiais, mostram um processo em curso com impactos sobre a redução da hegemonia estadudinense.

O ouro é sempre o mais tradicional refúgio dos capitais quando os horizontes do setor financeiro se enchem de nuvens. No último dia de 2019, a onça (28,3 gramas) do ouro custava US$ 1.517. Já no último dia 6 de agosto  a onça tinha subido para US$ 2.063, um aumento de cerca de 35%.

Já a redução das transações em dólar entre China e Rússia, com todas as relações bilaterais que essas potências possuem com vizinhos,caíram de mais de 90% em 2015, para 46% no primeiro trimestre de 2020. Uma desdolarização expressiva.
Em apenas cinco anos, aquilo que era uma das intenções (comércio em moedas nacionais) com a criação dos Brics se torna fato real. Além das transações que ainda são feitas com a moeda dos EUA (46%), outros 30% são agora feitas em euro e expressivos 24% das transações são realizadas nas moedas destas duas nações.

Trata-se de um fato com peso para alterar, de forma nem tão gradual, a hegemonia estadunidense. Ao mesmo tempo é possível identificar como o Brasil perdeu, com o golpe político de 2016, uma colossal oportunidade de estar participando mais ativamente das oportunidades que geradas por alinhamentos mais amplos e não exclusivo e depende com os EUA, com quem nem era preciso brigar, mas limitar as relações e romper a dependência e subserviência.

Além isso, há que se observar ainda mais profundamente, o que esses dois indicadores podem representar em termos de leitura da geopolítica, a partir destas alterações destas duas grandes placas tectônicas e tudo aquilo que gira no entorno delas nos sistemas interestatais capitalistas.

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