O prejuízo que o Governo Federal causa aos Correios
afinal ao Governo Federal deveria interessar a valorização das estruturas de Estado e não o contrário. No Brasil dos dias atuais, porém, o q
afinal ao Governo Federal deveria interessar a valorização das estruturas de Estado e não o contrário. No Brasil dos dias atuais, porém, o que se vê é um empenho sem precedentes do Governo Federal em atacar a reputação dos Correios e paralisar a organização, para tentar assim justificar, à sua maneira, a intenção de privatização.
A sistemática menção dos Correios como estatal a ser privatizada tem prejudicado muito a empresa e, por consequência, os brasileiros, que são seus legítimos donos. Parcerias que poderiam estar sendo estabelecidas não avançam, como é o caso do Banco Postal, cujo contrato foi finalizado em meados do ano e não se buscou novo parceiro. Só nesse negócio os Correios poderiam ter colocado uma cifra bilionária em caixa, pois, na última seleção de parceiro, o Banco do Brasil pagou R$ 2,8 bilhões pela exclusividade nessa parceria.
Além do Banco Postal, outros negócios poderiam ter sido desenvolvidos, aproveitando as possibilidades abertas pela Lei 12.490/11, notadamente sob a forma de parcerias com a iniciativa privada na constituição de coligadas. Nada disso aconteceu porque a empresa se encontra engessada e emudecida, aguardando o desfecho dessa questão da privatização. E essa inércia cobra seu preço.
Além disso, as declarações injuriosas proferidas por algumas autoridades do Governo Federal maculam a reputação da empresa, que deveria orgulhar os brasileiros e não o contrário. O efeito imediato disso é a desvalorização da estatal. Ou seja, nessa situação surreal que aqui vivenciamos, temos corretores fazendo de tudo para depreciar os ativos que querem vender. O resultado disso jamais será bom para os verdadeiros proprietários desse ativo – os brasileiros.
Os prejuízos causados pelo Governo Federal aos Correios e, por consequência, aos brasileiros, são, portanto, bem tangíveis e de relativamente fácil dimensionamento. Cabe à sociedade e ao Congresso Nacional cobrar a correção disso, evitando que esse prejuízo continue se agravando.
O Brasil tem um serviço postal sustentável e universalizado. Seria simples cuidar disso e desenvolver ainda mais os Correios. Mas o Governo Federal, por razão meramente ideológica, busca caminho diverso, que coloca isso em risco e suscita a possibilidade de termos no Brasil um apagão postal. É muita irresponsabilidade!
Marcos César Alves Silva
Vice-presidente da Associação dos Profissionais dos Correios (Adcap)
Fonte: Monitor Mercantil
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