
Tem um "paredón" à espera dos assaltantes da Petrobrás
O blog Conversa Afiada diz que o jornal nacional (com caixa baixa) era o farol dos piratas. Os piratas saíam durante o dia para tramar o G
O blog Conversa Afiada diz que o jornal nacional (com caixa baixa) era o farol dos piratas. Os piratas saíam durante o dia para tramar o Golpe.
Mas não tinham uma articulação entre si — sabiam o alvo, a estratégia, mas não tinham a tática. Às oito e meia da noite, o jornal nacional acendia o farol e dava direção aos piratas. Não fosse o jornal nacional não haveria o Golpe. Não fosse o jornal, não existiria um juizeco de província, um analfabeto funcional — que troca “cônjuge” por “conge” —, que depositava o produto diário de seu saque institucional na boca do William Bonner para, primeiro, tomar a Petrobrás do povo brasileiro e, segundo, derrubar o Governo trabalhista. Era abater dois coelhos com um golpe só. Moro sabia aonde queria chegar.
A Petrobrás de Vargas e Lula seria um salto olímpico na independência do Brasil. Ia gerar recursos para a Saúde e a Educação. E, com uma Educação musculosa, inevitavelmente o Brasil participaria da corrida para desenhar Inteligência Artificial, robótica, automação e, com isso, produtividade.
Assaltar a Petrobrás significou também destinar ao Brasil o papel que o professor Wanderley Guilherme dos Santos chama de “copeiro do banquete dos ricos”, porque só os Estados Unidos e a China disputarão esse jogo. O Golpe foi para amarrar o Brasil à produção de soja e galinha — ao pau–brasil, velho de guerra. Ao papel de Colônia. De quintal! De fornecedor de petróleo.
O grande brasileiro Guilherme Estrella, que era diretor de Exploração da Petrobrás quando descobriu o Pré–sal em 2006, conta que, jovem geólogo da Petrobrás, foi servir no Iraque de Saddam Hussein. Era um contrato de risco. Até que a Petrobrás descobriu o magnífico campo de Majnoon. (Foi por causa de Majnoon que o Bush, filho, invadiu o Iraque; e, não, por causa de armas de destruição em massa que nunca existiram...)
Uma autoridade iraquiana chamou os geólogos da Petrobrás, agradeceu muito o eficiente trabalho, combinou a indenização contratual e disse: esse campo é nosso e de mais ninguém!
Desde quando levou a surra da Dilma em 2010, o Serra prometeu à Chevron entregar o Pré–sal. Assim que o Pré–sal foi descoberto, os americanos reinventaram a IV Frota e a colocaram estacionada entre o Pré–sal brasileiro e o angolano. O Snowden revelou, em 2013, que os americanos espionavam o Brasil e tinham dois alvos: a Dilma e... a Petrobrás! Os americanos não gostam da Petrobrás desde Vargas.
E sempre usaram a imprensa “brasileira” — que eu chamo de PiG, partido da imprensa golpista — para provocar o suicídio de Vargas, a queda de Jango, impedir a eleição do Brizola, derrubar a Dilma e prender o Lula. É um método. Os Estados Unidos gostam de petróleo. O Irã sabe disso. A Argentina. O Equador. O Iraque. A Venezuela. Querem só pra eles!
Quando Brizola encampou a americana Bond&Share, ao mesmo tempo em que a notícia saía no Diário Oficial do Rio Grande do Sul, ele recebeu um telefonema do presidente Kubitschek para dizer que o Assis Chateaubriand estava ao lado dele, no Palácio, e precisava dar uma palavrinha. Era para reclamar da encampação.
Os filhos do Roberto Marinho — que, como se sabe, não têm nome próprio — faziam o mesmo, todas as noites no jornal nacional (com caixa baixa). Para reclamar de a Petrobrás ser do povo brasileiro. Nessa tarefa sinistra, contavam com os vazamentos criminosos do Juiz (sic) Moro. A Lava Jato é a caçamba da corda americana. A Dilma era um estorvo.
O Golpe já tinha tudo pronto: a tal ponte para o futuro daquele a quem o Brizola se referia como o gatinho angorá dos militares. E, logo cedo, o Serra conseguiu mudar no Senado o regime de partilha para o de concessão do Pré–sal. (Como se sabe, o Serra saiu fugido da UNE, que presidia, no Golpe de 1964; foi para o Chile, casou com uma parente do Presidente Allende, e, levado ao corredor da morte, que Pinochet instalou no Estado Nacional de Santiago. Repentinamente, apareceu como professor de Economia — que nunca estudou — na Universidade de Cornell, nos Estados Unidos. (Precisa desenhar?)
Agora, o Governo Bolsonário vai vender tudo. O Posto Ipiranga disse que vai vender do Palácio da Alvorada à Petrobrás. Tudo! Instalou na Petrobrás um Xi!Cago Boy de medíocre formação acadêmica e longa militância na banca. A função dele é desconstruir a Petrobrás — como tentou o Fernando Henrique, com a Petrobrax — e entregar o Pré–sal ao Serra — aos patrocinadores do Serra, bem entendido.
Porém, como se sabe, a canoa vira. E, a depender da maré, é possível até montar um paredón. O Conversa Afiada já tem um paredón e uma lista dos que a ele serão, breve, conduzidos. O paredón do Conversa Afiada é, em sentido figurado, óbvio. Não recomenda construir aquela parede que o Che Guevara erigiu para punir os aliados do regime Batista.
O paredón do Conversa Afiada dói mais ainda: será a irreversível punição moral da História! A morte mais abjeta! Serra e Pedro Parente já estão sentados na primeira fila, à espera da primeira bala!”.
Paulo Henrique Amorim (in memorian) escreveu este texto especialmente para o Centro de Memória Trabalhista.
Publicado em Legados Trabalhistas
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