Acelen não consegue concorrer com Petrobrás no mercado brasileiro e começa a exportar diesel
A estatal diz que que a Acelen é livre para comprar petróleo da Petrobrás, de outros produtores de petróleo no Brasil, ou importar petróleo.
Uma tempestade perfeita se formou em torno da única refinaria privada de grande porte do País, a Refinaria de Mataripe, na Bahia, que já começou a exportar diesel por não conseguir concorrer com a Petrobrás no mercado brasileiro, segundo apurou o Estadão/Broadcast.
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Além da venda de petróleo a um preço 10% acima do que vende para as próprias refinarias, a Petrobrás ficou mais competitiva com a nova estratégia comercial, e, para agravar a situação, o diesel russo barato invadiu o Brasil em um momento em que a demanda não é das melhores.
A Refinaria de Mataripe, ex-Refinaria Landulpho Alves (Rlam), foi vendida pelo governo Bolsonaro no final de 2021. A venda fazia parte de um programa que previa a transferência de metade do parque de refino brasileiro para a iniciativa privada, com objetivo de aumentar a concorrência do mercado e assim reduzir o preço dos combustíveis.
Estatal diz praticar preços competitivos
Em resposta às críticas, a Petrobrás afirmou que, como uma empresa integrada, não vende petróleo para as suas refinarias, apenas transfere o petróleo de suas unidades de produção e aloca em suas unidades de refino. "Estas alocações são realizadas de acordo com um planejamento integrado que leva em consideração parâmetros de mercado", disse a empresa em nota.
A Petrobrás argumenta que a produção de petróleo no Brasil supera 3 milhões de barris por dia, contando com cerca de 60 produtores de petróleo. "Excluindo a Petrobrás, os demais produtores de petróleo já produzem mais de 1 milhão de barris de petróleo por dia, volume que supera em mais de duas vezes a capacidade de processamento de todos os refinadores independentes combinados", informa.
A Petrobrás também contestou a informação de que responde por 93% da comercialização de petróleo, informando que responde por cerca de 41% do volume de óleo disponível para comercialização no País.
Referindo-se especificamente à Refinaria de Mataripe, na Bahia, a estatal diz que os ativos da Acelen superam US$ 276 bilhões, e que a empresa é livre para comprar petróleo da Petrobrás, de outros produtores de petróleo no Brasil, ou importar petróleo.
Sobre qual será o comportamento da nova estratégia comercial da estatal, diante do aumento do preço do petróleo, a empresa disse que "se observa nesse momento um aumento da volatilidade do mercado", e que tem como premissa a prática de preços competitivos e em equilíbrio com os mercados nacional e internacional. "A Petrobrás segue monitorando o mercado, e não antecipa as suas decisões de preços", concluiu.
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