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AEPET repudia arbítrio na destituição de especialistas da Petrobrás

A AEPET repudia o arbítrio como prática de seleção ou destituição de petroleiros para a função especialista

Publicado em 27/02/2019
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e expressa grande preocupação com evidências de práticas persecutórias.

A diretoria da AEPET faz saber a seus associados que se encontra em estado de alerta, em função do fato da alta gestão da Petrobrás ter decidido destituir, sem qualquer critério válido explicitado, duas petroleiras da função especialista (consultoras). Patrícia Laier, geóloga da Exploração, bem como Carla Marinho, engenheira do CENPES, ambas consultoras desde 2010 e 2014, respectivamente, e com vasto reconhecimento profissional por parte da categoria e de toda linha hierárquica com a qual têm interface, foram comunicadas sobre a dispensa de suas funções gratificadas de maneira súbita e injustificada, coincidindo com as mudanças de gestores dado o novo governo. Este processo de perseguição política contra as duas petroleiras iniciou-se desde que assumiram a direção sindical do Sindipetro-RJ em junho de 2017, tomando corpo no atual momento político. Ambas foram informadas por seus gerentes, juntamente com as representações locais da GP (antigo RH), que a dispensa da função se dava unicamente por serem diretoras sindicais, a despeito de todo mérito e competência que lhes são atribuídas.

Para ser designado a ocupar a posição de consultor, exige-se do postulante um rigoroso processo de seleção, pelo qual ambas passaram, com revalidação no ano passado. Suas qualificações técnicas e profissionais são notórias e inquestionáveis, bem como suas capacidades de prospectar, elaborar e disseminar conhecimento. A AEPET entende, que ao contrário do que se possa veicular internamente na companhia, consultoria não deve ser cargo de confiança outorgado por um ou outro gestor, apesar de distorções nesse sentido. É uma função baseada em curriculum profissional, trajetória e reconhecimento pelos pares. Prova disso são os vários consultores da Petrobrás, que atravessaram os governos do PSDB, PT, PMDB e agora PSL. Consultoria nunca deveria ter um caráter de alinhamento ideológico e é necessário defender essa sua natureza.

Além de compor de maneira honrada o quadro do Conselho Fiscal de nossa entidade, as duas diretoras do Sindipetro-RJ, desempenham destacada liderança na categoria.

O livre direito a associação profissional ou sindical é assegurado no Artigo 8o de nossa Constituição. Além disso, o código de ética do sistema Petrobrás preconiza, em seu compromisso 2.5, "reconhecer o direito de livre associação de seus empregados, respeitar e valorizar sua participação em sindicatos e não praticar qualquer tipo de discriminação negativa com relação a seus empregados sindicalizados", enquanto a Convenção 87 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) assegura aos trabalhadores o pleno direito de constituir e filiar-se a organizações de representação, sem prévia autorização e sem nenhuma distinção. Estes casos se somam a outros relatos de perseguição em função de ocupação de postos de representação da categoria, como o caso de outra diretora Sindical, Moara Zanetti, que vem tendo retiradas atribuições dentro de sua atividade profissional como empregada da GP. Ainda mais graves são os relatos de pressões para que profissionais deste setor se desassociem do sindicato caso queiram permanecer com as suas incumbências usuais.

A AEPET insta a alta gestão da companhia a prestar esclarecimento quanto à motivação que a fez destituir tais profissionais.

Condenamos a perseguição de funcionários por motivação político-ideológica. O cerceamento de atividades profissionais motivado por orientações de pensamento remete a tempos ditatoriais sombrios, não tão distantes assim, e imprime sérios danos, não somente profissionais às vítimas do arbítrio, mas sobretudo à companhia que se vê subtraída da incalculável contribuição destas ao seu desenvolvimento e inventividade. Cientes de que o arbitrário processo também abalou a outros petroleiros e petroleiras, a AEPET convida a direção da Petrobras a refletir sobre o desserviço que tem prestado em minar a sensação de pertencimento de sua força de trabalho. Foi este pertencimento que historicamente alçou a companhia à posição de relevo que ocupa no cenário nacional e internacional.

Diretoria da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET)

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