ANP pressiona Petrobrás a vender campos rapidamente
Estatal pede maior prazo para definir em quais áreas manterá exploração
Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) pressiona a Petrobras para informar quais dos 254 campos terrestres e em águas rasas sob sua concessão ela teria interesse em continuar investindo e quais ela iria transferir à iniciativa privada.
No ano passado, a ANP estabeleceu um prazo até junho de 2019. A estatal solicitou um período mais longo. A avaliação do diretor-geral da Agência, Décio Oddone, é de que a devolução dos blocos que não interessem à Petrobras devem ser vendidos pela estatal “o mais rapidamente possível” ou devolvido à própria ANP para que possa passá-los para outras empresas. Petrolíferas estrangeiras estão de olho nas oportunidades.
Oddone disse que a ANP deverá conceder mais prazo à Petrobras, sem, no entanto, adiantar uma nova data. “Até então os desinvestimentos estavam sendo conduzidos atendendo aos interesses e ao tempo da Petrobras, mas nós decidimos interferir e regular isso”, disse Oddone.
Os campos que não são tão atrativos financeiramente para a empresa têm uma produção de cerca de 1.700 a 1.900 barris de petróleo por dia por poço, contra os cerca de 17 mil barris de média/dia produzidos nos 17 campos em atividade na área do pré-sal.
Oddone também defendeu uma maior descentralização na área de refino, sugerindo que a Petrobras deveria vender algumas refinarias e não mais deter percentuais nos ativos transferidos à iniciativa privada. A avaliação do diretor é de que isso traria “maior concorrência para o mercado”.
O mercado de refino está aberto no Brasil há mais de 20 anos, sem que houvesse interesse de grandes petrolíferas mundiais em concorrer com a Petrobras. A exclusividade estatal foi quebrada pela Lei do Petróleo, no Governo Fernando Henrique Cardoso. De lá para cá, as companhias privadas respondem por menos de 5% do refino. Manguinhos e Riograndense já existiam antes da mudança na legislação. Dax Oil e Univen são empresas brasileiras de pequeno porte.
Fonte: Monitor Mercantil
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