“Nada mais que a crônica da morte anunciada.” Assim reagiu o geólogo e consultor Luciano Chagas ao prejuízo de R$ 446 milhões registrado no balanço da Petrobrás em 2017. Para ele, as decisões erradas da diretoria de Pedro Parente, como pagar mais de R$ 9 bilhões aos tribunais dos Estados Unidos, tiveram influência direta no resultado.

“Houve muitas outras atitudes de desnacionalização e esvaziamento de riquezas do Brasil”, prossegue Luciano, citando exemplos como a perda de faturamento da empresa em conseqüência do abandono proposital de parte do mercado interno, da importação de derivados e exportação de matéria prima, entre outros fatores.

“A produção nacional beira 1 bilhão boe/ano e a reposição de reservas (IRR=109%) em 2017 foi de aproximadamente 1,8 bilhão boe/ano. Este montante é absurdamente insignificante face às potencialidades do pré-sal. Em 2016 e 2015, todos da atual gestão, os IRR”s foram absurdamente negativos. Se tivessem adquirido novos ativos exploratórios como, Carcará Norte, e não vendido ativos produtores, como o Campo Lapa e a Acumulação Carcará, além de delimitar completamente as acumulações/Campos já descobertas, teríamos, certamente, esperanças de incorporação de novíssimas reservas provadas, e muito melhores resultados financeiros”, frisa o especialista.

Luciano lembra que, paralelamente, a Companhia se desfez de preciosos ativos, a preços rebaixados, “que não ajudaram em nada na contabilidade, como alardeado”, além de abandonar sua missão de participar do desenvolvimento socioeconômico do Brasil.