‘Capitalismo do desastre’: países ricos lucram com crise climática
Empréstimos a juros de mercado para nações mais pobres
Países ricos enviaram financiamento climático para o mundo em desenvolvimento nos últimos anos com taxas de juros ou condições que beneficiaram os credores. Isso significa que nações como Japão, França, Alemanha e EUA estão lucrando bilhões de dólares através de programas destinados a ajudar os países mais pobres a lidar com as mudanças climáticas.
Os países ricos emprestaram pelo menos US$ 18 bilhões a taxas de mercado e exigiram que os beneficiários contratassem empresas de seus próprios países. Além disso, foram identificados US$ 10,6 bilhões em doações que também impunham condições semelhantes. A análise foi feita pela agência de notícias Reuters a partir de dados da ONU e da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico.
Neste 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, acontece a Pré-Conferência do Clima, em Bonn, Alemanha, para a definição de como deve ser o financiamento dos danos climáticos causados, em sua maior parte, pelos países desenvolvidos.
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“Os fundos de financiamento voltados ao meio ambiente não devem ser tratados como negócios, não podemos aceitar que a natureza e os bens comuns sejam tratados como mercadoria”, afirma Daniel Gaio, secretário de Meio Ambiente da CUT Nacional, em matéria publicada no portal da central sindical.
Para a CUT, os responsáveis pela crise climática têm o dever de contribuir para a redução das emissões com políticas concretas e mensuráveis. Países ricos, gestores, empresas e organizações precisam atuar de forma concreta para promover um mundo sustentável.
Segundo matéria publicada no portal Brasil de Fato, o chamado “capitalismo de desastre” já se manifesta em Porto Alegre, conforme análise de Victor Marchezini, sociólogo e professor do Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).
O governo de Eduardo Leite (PSDB) contratou empresas de consultoria dos EUA, como Alvarez & Marsal (A&M) e Mckinsey. Isso representaria, para além do benefício a interesses privados, uma imposição da lógica de mercado na reconstrução das cidades, como afirma Marchezini.
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