Chevron encerra a exploração de petróleo em águas profundas na Austrália
A Chevron decidiu interromper seu programa de exploração no Great Australian Bight, ao largo da costa sul da Austrália,
com investimentos da ordem de US$ 500 milhões, uma vez que os baixos preços do petróleo tornam duvidosa a viabilidade comercial de qualquer potencial descoberta, informou a empresa em comunicado.
Chevron reconheceu que o Great Bight tem um grande potencial, mas acrescentou que, no atual cenário de preços, outros projetos merecem mais investimentos. A gigante dos EUA tornou-se a segunda grande petroleira a abandonar o Great Australian Bight, a BP já tinha feito o mesmo no ano passado.
A BP enfrentou muita oposição ambiental e pressão das autoridades locais para fazer uma avaliação ambiental depois de outra, e agora a saída da Chevron da Bight é vista pela indústria de energia local como um golpe doloroso: as despesas de exploração na Austrália, tanto onshore como offshore, levam no mínimo 30 anos, de acordo com a Reuters.
A Chevron fez questão de observar em sua declaração que sua saída do Bight não tinha nada a ver com os regulamentos. "Esta é uma decisão comercial e não se deve a preocupações com políticas governamentais, regulamentação, comunidade ou meio ambiente".
O Great Australian Bight é um lugar desafiador para a exploração de petróleo e gás por causa de suas águas notoriamente agitadas. É também o lar de uma grande diversidade de vida marinha, o que colocou os interesses dos ambientalistas em choque com empresas de petróleo e gás. Esses interesses são motivados por recursos que a Wood Mackenzie estimou em até 1,9 bilhões de barris de petróleo equivalente.
A Associação Australiana de Produção e Exploração de Petróleo lamentou a falta de investimento suficiente nos recursos energéticos da Austrália após a declaração da Chevron, embora reconhecesse como desafiadora a situação do preço do petróleo.
Para os grupos ambientalistas, a notícia é excelente e agora seu único alvo no Great Australian Bight é o Statoil da Noruega, que no ano passado adquiriu duas das permissões de exploração da BP.
Fonte: Oilprice.com
Tradução: Alex Prado
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