Claudio Oliveira: Brasil precisa de energia barata para ser competitivo
Mercado quer lucro, brasileiros precisam de um país desenvolvido e independente
Na entrevista concedida à rádio Comando das Estradas, no último domingo (29), o economista Claudio Oliveira reiterou que o Brasil precisa de energia barata para se desenvolver, mas o governo está atuando na contramão ao entregar empresas como Petrobrás e Eletrobrás para o mercado financeiro.
"No mercado financeiro impera a lógica da distribuição de dividendos no curto prazo, sem pensar no futuro. Mas o Brasil precisa de vantagens competitivas e o preço da energia seria um item importante. No entanto, o governo pratica preços internacionais para os combustíveis. Também a carga tributada sobre energia é absurda aqui", disse o economista, que é funcionário aposentado da Petrobrás. Para ele, o governo poderia subsidiar a energia, pois seria compensado pela arrecadação futura, por causa do incremento à atividade econômica.
"No caso do diesel, nenhum subsídio seria necessário, já que o custo de produção da Petrobras é de cerca de R$ 1 por litro. Se vendesse esse diesel R$ 1,70 na refinaria, caminhoneiro compraria a R$ 3, sem perdas para o acionista, já que a empresa lucraria no aumento das vendas". No entanto, em virtude o preço alto, as refinarias americanas já tomaram 30% do mercado da Petrobrás, que está com refinarias ociosas. "Os grandes fundos de investimento são donos das grandes refinarias lá nos EUA. Eles querem lucro fácil, mas nós precisamos é tornar o Brasil um país independente", ratificou Claudio, lembrando que a Petrobrás foi achincalhada pelos formadores de opinião na área de economia.
"A Petrobrás sempre teve muito dinheiro em caixa e, no balanço de setembro de 2015, enquanto a Companhia detinha US$ 25 bilhões em caixa, suficiente para comprar muitas grandes empresas de uma vez, analistas como Miriam Leitão diziam que a empresa estava quebrada, com uma dívida impagável”.
A tal dívida impagável, segundo análise do economista, era fruto da alta do dólar, que aumentou o montante dos compromissos em real, já que o dólar saltou de R$ 2,66 parra quase R$ 4 na época. “Isso levou à interrupção dos investimentos da Companhia, que transferiu para multinacionais a tarefa de explorar o pré-sal, que nas mãos da Petrobrás poderia puxar o desenvolvimento do país”, criticou.
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