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Colômbia vive mais um dia de greve nacional na ausência de acordo com o governo de Duque

Os manifestantes permanecerão na rua enquanto aguardam a resposta do Executivo

Publicado em 27/11/2019
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às 13 propostas apresentadas na terça-feira.

A Colômbia viveu na quarta-feira um novo dia de greve geral contra as políticas do governo do presidente Iván Duque e, na falta de acordo, em um diálogo que já começou nesta semana.

As demandas sociais com as quais esses dias começaram, em 21 de novembro, serão mantidas, conforme relatado pelo Comitê de Desemprego Nacional, que convoca as manifestações.
Entre as propostas apresentadas pelas diferentes organizações sociais, agrupadas no comitê mencionado, estão listadas as seguintes demandas:

- Contra a reforma trabalhista que visa destruir a estabilidade no emprego, com um salário mínimo de 75% para os jovens, salário diferenciado por região, contratação por horas e eliminação do salário mínimo.
- Contra a reforma que visa mudar o sistema público de administração de pensões para um regime de poupança individual.
- Contra a corrupção, uma vez que, segundo o comitê, 50 bilhões de pesos são roubados a cada ano (cerca de 17 bilhões de dólares).
- Contra a reforma tributária, que busca reduzir impostos sobre grandes multinacionais e empresas e impor mais encargos à classe média e aos trabalhadores.
- Contra o tarifaço, que pode elevar as contas de energia elétrica em até 35%.

Eles também se mobilizam para que o governo:

- Defina um salário mínimo que permita uma vida decente e cubra a cesta básica da família.
- Implementar os acordos de paz que encerraram o conflito armado com as ex-Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).
- Agir contra as crescentes ameaças dos setores paramilitares e os assassinatos sistemáticos de líderes sociais na zona rural da Colômbia.
- Cumprir com as organizações indígenas, sindicais e estudantis os acordos que foram alcançados em protestos anteriores.

Eles também protestam contra a criação de uma empresa financeira do Estado. Embora esse pedido esteja entre as principais queixas dos manifestantes desde o início do protesto, nesta segunda-feira, através do Decreto 211 de 2019, o Governo materializou a conformação deste órgão, que chamou de Grupo Bicentenário.

Agora, os convocadores exigem a revogação desse decreto. Nelson Alarcón, presidente da Federação Colombiana de Educadores (FECODE), disse terça-feira, em declarações à imprensa, que a criação dessa holding "criará um massacre trabalhista de mais de 17.000 trabalhadores na Colômbia, com mais de 16 empresas afetadas (estatais) ". O executivo, enquanto isso, nega isto que afetará o emprego.

Novas demandas
No entanto, novas reivindicações foram adicionadas a essas pautas sociais, incluindo "o direito a protestos sociais", depois que os manifestantes foram reprimidos pelas forças policiais. Até agora, existem quatro mortos e mais de 350 manifestantes feridos.

Segundo o Comitê de Desemprego Nacional, a resposta do presidente e do partido do governo nos dias anteriores e posteriores às manifestações "foi estigmatizar o protesto, desqualificar os líderes sociais que o convocam, e militarizar as principais cidades".

Essa afirmação foi aprofundada após a morte do jovem Dilan Cruz, 18 anos, atingido por uma granada de gás lacrimogêneo na cabeça, lançada pela polícia de choque, quando ele participava de um protesto pacífico em Bogotá, no último sábado, 23 de novembro.

A morte de Dilan, que se formaria na segunda-feira na Escola Pública Ricaurte de Bogotá, chocou vários setores da sociedade colombiana, que foram às ruas de várias cidades para homenagear o jovem e pedir justiça.

Eles também exigem a depuração da polícia e a dissolução do Esquadrão Anti-Motim Móvel (ESMAD), instituição a qual pertence o suposto responsável pela morte dos jovens.

E o diálogo?
Na terça-feira, representantes do Comitê Nacional de Desemprego estiveram na Casa de Nariño, sede da Presidência da Colômbia, com o presidente Duque.

O presidente os convidou para conversar e participar da "Grande Conversa Nacional" que ele convocou na segunda-feira, onde outros setores que não fazem parte do comitê, incluindo empresários e representantes de instituições de controle do estado, estariam presentes.

Naquela reunião, os líderes dos protestos entregaram 13 propostas a Duke, com todas as suas demandas, mas se recusaram a participar da "Grande Conversa Nacional".

"Nossa dinâmica não está dentro do diálogo nacional ['Grande Conversa Nacional']. São diferentes cenários o diálogo e o comitê. Não nos consideramos dentro do diálogo nacional, porque o diálogo não convocou a greve", afirmou o presidente da Unidade Central dos Trabalhadores (CUT), Diógenes Orjuela.

Por enquanto, aguardam a resposta do governo às suas demandas e continuam o diálogo direto, sem a inclusão de outros setores fora dos organizadores das manifestações.

Fonte: https://actualidad.rt.com/actualidad/334952-colombia-nueva-jornada-paro-nacional

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