Decisão da Petrobrás em contratar navios FPSOs no exterior vira estudo do INEEP
Petroleiros protestam
Contratar construções de Plataformas do tipo FPSO no exterior, pode não ser tão lucrativo pra a Petrobrás como se imagina. Um exemplo vivo foi a construção da P-53, em Cingapura. O heliponto da plataforma foi construído errado, mais baixo, colocando em risco os pousos dos helicópteros. Por esse erro, a companhia já gastou alguns milhões de dólares em prejuízo, alugando embarcações pagando mais de US$ 90 mil por dia e arrastando uma dívida diária com o Porto de Arraial do Cabo, onde abandonou uma obra de um novo heliponto quando estava quase pronta. A empresa tem esse prejuízo há anos, continua tendo e ainda não fez nada de efetivo para resolver o problema. Quando fez, fez errado causando ainda mais prejuízo para a companhia. Em uma empresa privada, não ficaria pedra sobre pedra. A contratação de plataformas no exterior também chamou a atenção da Federação Única dos Petroleiros (FUP). A Petrobrás irá colocar 14 plataformas para operar nas bacias de Campos e Santos e dez delas já estão com suas obras contratadas no exterior, sendo sete na China, duas em Cingapura e uma na Coreia do Sul. Essa política está exportando o emprego do Brasil para a Ásia.
Segundo dados do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), cada bilhão de investimento na construção de plataforma gera 26,3 mil empregos. Por exemplo, o FPSO Maria Quitéria, que tem investimento estimado de R$ 5,6 bilhões, deve gerar 148 mil empregos, mas na Ásia. Esta embarcação vai operar a partir de 2024 no Parque das Baleias, na porção capixaba da Bacia de Campos. As dez plataformas já contratadas no mercado asiático pela Petrobrás devem representar exportação de mais de um milhão de empregos: "Se todas essas plataformas tiverem um investimento similar ao do FPSO Maria Quitéria, a exportação total de empregos será de 1,47 milhão de trabalhadores", calcula o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar (foto).
Enquanto isso, o Brasil enfrenta o encolhimento do setor naval. Por falta de encomendas, os estaleiros brasileiros empregam hoje cerca de 21,4 mil trabalhadores, longe do auge de 82,4 mil empregados em 2014, quando o Brasil tinha uma das maiores carteiras de encomendas de plataformas de produção do mundo, de acordo com estatísticas do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval). A retomada de encomendas no mercado brasileiro, com base em uma política industrial que contemple índices de conteúdo local, é uma das propostas da FUP: "O setor energético envolve não apenas a indústria de Óleo e Gás, mas um extenso conjunto de indústrias cuja renda está atrelada a esse segmento. Isso significa que as políticas específicas de exploração e produção, refino, gás e renováveis devem passar por transformações para lidar com inúmeros desafios", finalizou o coordenador-geral da FUP.
Fonte: Petronotícias
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