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Eleição de Christian para o CA segue repercutindo

A edição online do jornal Valor publicou reportagem sobre a eleição de Christian Queipo como representante dos trabalhadores

Publicado em 21/03/2018
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no Conselho de Administração da Petrobrás. Segundo a matéria, Christian será um contrapeso no colegiado, caracterizado por um perfil liberal.

Leia abaixo a íntegra da reportagem de autoria de Rodrigo Polito:

Petrobras: Novo representante dos funcionários no CA é contra megaleilão
de petróleo
(Rodrigo Polito)
De Rio
Recém-eleito representante dos funcionários no conselho de administração da Petrobras,
Christian Queipo sinaliza que será um contrapeso no colegiado, caracterizado por um
perfil mais liberal. Contrário à realização do megaleilão do excedente da cessão onerosa,
ele defende a retomada da visão de empresa integrada e sustentável e propõe a revisão
dos planos de negócios e de desinvestimentos.
"Gostaria, como qualquer brasileiro gostaria, que a Petrobras assumisse o excedente da
cessão onerosa, na medida, no ritmo da necessidade do Brasil", disse o futuro
conselheiro, em entrevista ao Valor. "Minha opinião é que deve respeitar-se o
compromisso de estender o direito da Petrobras de explorar o excedente da cessão
onerosa", completou, ressaltando que não está a par do que está sendo negociado entre
a petroleira e a União.
Queipo explicou que não deverá dar mais entrevistas após assumir o cargo no conselho,
o que deve ocorrer na assembleia geral ordinária (AGO) da companhia, ainda sem data
marcada, mas que provavelmente será em abril. Enquanto não assume o mandato de
dois anos, o engenheiro químico e diretor da Associação dos Engenheiros da Petrobras
(Aepet) pretende divulgar suas ideias.
Filiado ao Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ), mas sem ocupar
cargos sindicais, Queipo é o quarto nome a ocupar a cadeira destinada ao representante
dos funcionários no conselho da Petrobras, desde a criação da vaga, por meio da lei
12.353/2010. Transmitindo tranquilidade e adotando tom ameno, o engenheiro defende
seus pontos de vista com argumentos que buscam fundamentos técnicos.
Argentino naturalizado brasileiro, Queipo se diz favorável á retomada de uma visão
integrada da Petrobras, do poço ao posto, e com atenção especial às fontes renováveis.
"Para termos um plano sustentável de negócios, temos que focar em energia. Temos que
ter no horizonte do plano um retorno das atividades de energias renováveis, seja
biocombustíveis, seja outro tipo de renováveis, solar, eólica etc".
Ele diz que a Petrobras, ao vender ativos de biocombustíveis, tem ido na contra-mão das
demais petroleiras no Brasil. O futuro conselheiro citou como exemplo o programa
Renovabio, criado pelo governo e pelo qual as distribuidoras de combustíveis deverão
adquirir créditos de descarbonização. Segundo ele, a Shell saiu na frente nesse sentido e
formou em parceria com a Cosan a Raízen, uma das principais fabricantes de etanol e
exportadoras de açúcar do país.
Para Queipo, o problema da Petrobras na área de biocombustíveis no passado foi
justamente não fazer uma operação integrada. "Carregamos a imagem de que a PEIO
[Petrobras Biocombustiveis] dá prejuízo porque não se soube integrar a cadeia de
negócios. No biodiesel, tínhamos a operação das usinas, mas não tínhamos a produção de
matéria-prima. No etanol, tínhamos o contrário. Tínhamos a produção de matéria-prima,
só que não participávamos da operação [das usinas]. Não detínhamos a expertise técnica
para a produção de etanol".
Nessa linha, o futuro conselheiro da Petrobras quer rever o programa de
desinvestimentos da Petrobras. "Primeira coisa que tem que se perguntar é se
precisamos ou não vender. Se precisamos vender, vamos vender o quê?", disse Queipo,
criticando a alienação de 90% da Nova Transportadora do Sudeste (NTS), responsável
por uma rede de gasodutos no Sul e Sudeste, para um fundo para a Brookfield. Ele
ressaltou que a Petrobras terá que pagar uma quantia para utilizar os dutos.
"Não podemos vender ativos estratégicos que agregam valor à nossa cadeia, mesmo
porque, se eu vendo uma malha de gasodutos e depois preciso pagar pela utilização dela,
não tem muita lógica do ponto de vista de plano de negócios", afirmou o engenheiro
químico.
Perguntado sobre sua opinião a respeito da operação Lava-Jato e dos atos de corrupção
envolvendo contratos da Petrobras, Queipo entende que a companhia foi vítima da ação
de um cartel de empreiteiras. A saída, propõe ele, é que a Petrobras reforce sua área de
engenheira para desenvolver internamente o projeto básico e, depois, o projeto
detalhado do empreendimento.
Uma vez no conselho, Queipo diz que tentará dar voz ao funcionário no colegiado.
"Espero que toda a força de trabalho que tenha uma contribuição que queira fazer chegar
ao conselho, eu estarei sempre disposto a atendê-la e fazer essa mediação. Não é
garantido que [o assunto] seja tratado [no conselho]. Mas, pelo menos, vou tentar".
Sem revelar suas preferências políticas, o futuro conselheiro da Petrobras defende que
"quem assumir o governo tenha uma postura nacionalista e defenda os interesses da
Petrobras como a maioria dos brasileiros apoia".

Fonte: Valor

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