Estratégia das finanças contra o desenvolvimento
“A empresa estatal de energia da Nigéria ganhou decisão judicial bloqueando temporariamente a Exxon Mobil Corp. de vender ativos no país
para a Seplat Energy Plc. Juiz de Abuja, capital do país, concedeu à Nigerian National Petroleum Co. (NNPC) “liminar”, em 6 de julho, impedindo a Exxon “de concluir qualquer desinvestimento” para unidade que opera quatro licenças no país, disse a Seplat em declaração na segunda-feira. A produtora de Lagos concordou em adquirir a subsidiária da petrolífera americana por pelo menos US$ 1,28 bilhão em fevereiro.
A NNPC deseja bloquear a transação e assumir as permissões. A empresa estatal processou a Mobil Producing Nigeria Unlimited, em 5 de julho, pedindo ao Tribunal Superior do Estado que reconheça a disputa entre as partes e o direito de preferência ou ordene que levem o assunto à arbitragem, de acordo com a declaração da Seplat.
A Seplat, que não é parte no processo, disse que seu acordo com a Exxon “ainda é válido” e a empresa “continua confiante de que o assunto será levado à conclusão adequada de acordo com a lei”. Porta-vozes da Exxon e da NNPC não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.
A aquisição daria à Seplat a produção adicional em torno de 95.000 barris de óleo equivalente por dia com os ativos em águas rasas que a Exxon opera em joint venture com a NNPC. Por mais de uma década, as empresas petrolíferas internacionais ativas na Nigéria vêm transferindo grande parte de seu portfólio no país para players nacionais, a tendência que se acelerou recentemente. Uma ordem de um tribunal nigeriano também forçou a Shell Plc a interromper seus planos de vender todas as suas licenças terrestres restantes no país”.
Notícia da Bloomberg US Edition, 11/07/2022 (tradução livre).
Como entender esta notícia. Primeiro é necessário entender que a Bloomberg é uma das porta-vozes do sistema financeiro internacional, que move campanha de substituição energética no mundo.
Atualmente os combustíveis fósseis (óleo, gás, carvão) respondem por 82% do consumo mundial de energia (bp Statistical Review of World Energy, 71ª edição, 2022). Em 2021 todas as fontes primárias tiveram crescimento, a exceção da hidrelétrica. Mas as finanças insistem em reprimir o consumo das energias de origem fóssil, as mais baratas e mais facilmente utilizáveis para as atuais tecnologias industriais e de transporte, indispensáveis para superar o atraso de países latino-americanos, africanos, asiáticos e do Pacífico. Assim esperam que a ausência de tecnologia do petróleo em países africanos impeça seus desenvolvimentos, o que não é o caso brasileiro, enquanto for mantida a Petrobrás, excepcional caso de sucesso internacional.
ENERGIZANDO
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