Siga a AEPET
logotipo_aepet

Europa queima dinheiro para ajudar empresas no aprofundamento da crise de energia

Mobilização de soldados da reserva pela Rússia assusta o mundo

Publicado em 21/09/2022
Compartilhe:

 

A Alemanha nacionalizou o importador de gás Uniper na quarta-feira e a Grã-Bretanha limitou o custo de atacado de eletricidade e gás para empresas, nas últimas medidas da Europa para manter as luzes acesas e os aquecedores funcionando neste inverno, à medida que a guerra na Ucrânia aumenta.

O presidente russo, Vladimir Putin, aumentou a pressão nos mercados globais de energia, elevando os preços do petróleo e do gás ao anunciar uma mobilização militar parcial da Rússia, ameaçando apertar ainda mais o fornecimento global de combustível.

Os preços do gás e da energia na Europa dispararam quando a Rússia cortou as exportações de combustível para retaliar as sanções ocidentais por sua invasão da Ucrânia, deixando os consumidores lutando com contas altíssimas e as concessionárias enfrentando uma crise de liquidez.

"Nós agimos para impedir o colapso das empresas, proteger empregos e limitar a inflação", disse o ministro das Finanças da Grã-Bretanha, Kwasi Kwarteng.

Enquanto muitas empresas estão lidando com contas mais altas, mais de 20 fornecedores de energia britânicos entraram em colapso, muitos desmoronando porque um teto de preço do governo os impediu de repassar todo o impacto do aumento dos custos de combustível para as famílias.

Os preços do gás na Europa subiram nesta quarta-feira (21), após o anúncio de Putin, atingindo 212 euros por megawatt-hora (MWh), ainda abaixo do pico deste ano de cerca de 343 euros, mas mais de 200% acima do ano passado. Os preços do petróleo subiram 2%.

A União Europeia, que antes dependia da Rússia para cerca de 40% de suas necessidades de gás, está correndo para encontrar outros suprimentos.

"O movimento (russo) pode levar a pedidos de ações mais agressivas contra a Rússia em termos de sanções do Ocidente", disse Warren Patterson, chefe de pesquisa de commodities do ING.

A alemã Uniper, que antes dependia fortemente das importações de gás da Rússia, está entre as vítimas mais importantes, enfrentando uma crise de liquidez quando a Rússia fechou a torneira e fez os preços dispararem.

Depois que os esforços para fortalecer a empresa com uma injeção de vários bilhões de euros se mostraram inadequados, o governo concordou em comprar a participação restante de propriedade da finlandesa Fortum para manter a empresa funcionando, dando ao estado uma participação de 99%.

"O Estado fará todo o possível para sempre manter as empresas estáveis no mercado", disse o ministro da Economia alemão, Robert Habeck, anunciando a medida da Uniper e outras medidas para ajudar a Alemanha a evitar o racionamento de energia neste inverno.

O acordo envolve uma injeção de capital de 8 bilhões de euros (US$ 7,94 bilhões), disse a Uniper, uma medida que eleva a injeção de capital total do governo até agora para pelo menos 29 bilhões de euros.

A Alemanha dependia mais do que muitos outros na Europa do gás russo, fornecido principalmente pelo gasoduto Nord Stream 1. A Rússia interrompeu os fluxos através do oleoduto, culpando as sanções ocidentais por dificultar as operações. Políticos europeus chamam isso de pretexto e dizem que Moscou está usando a energia como arma.

O governo alemão já colocou a Gazprom Germania, uma unidade da Gazprom controlada pelo Kremlin, e uma subsidiária da petrolífera russa Rosneft sob tutela - uma nacionalização de fato. Empresas menores também pediram ajuda.

O presidente-executivo da Fortum, Markus Rauram, disse que a venda da participação da empresa na Uniper foi um passo doloroso, mas necessário, acrescentando que a empresa, de propriedade majoritária do estado finlandês, perdeu cerca de 6 bilhões de euros com seu investimento na Uniper.

Nos Estados Unidos, senadores democratas e republicanos propuseram na terça-feira (20) que o governo do presidente dos EUA, Joe Biden, use sanções secundárias a bancos internacionais para fortalecer os planos de teto de preços dos países do G7 para o petróleo russo.

Moscou disse que cortaria todos os fluxos de petróleo e gás para o Ocidente se esse limite fosse implementado.

A medida dos legisladores dos EUA ocorreu horas antes de Putin ordenar a primeira mobilização da Rússia desde a Segunda Guerra Mundial, alertando o Ocidente de que, se continuasse o que chamou de "chantagem nuclear", Moscou responderia com seu vasto arsenal.

Vários países proibiram as importações de petróleo e combustível russos, mas Moscou conseguiu manter suas receitas por meio do aumento das vendas de petróleo para a Ásia.

Fonte: Reuters

Receba os destaques do dia por e-mail

Cadastre-se no AEPET Direto para receber os principais conteúdos publicados em nosso site.
Ao clicar em “Cadastrar” você aceita receber nossos e-mails e concorda com a nossa política de privacidade.
Jornalismo AEPET
Compartilhe:
guest
0 Comentários
Feedbacks Inline
Ver todos os comentários

Gostou do conteúdo?

Clique aqui para receber matérias e artigos da AEPET em primeira mão pelo Telegram.

Continue Lendo

Receba os destaques do dia por e-mail

Cadastre-se no AEPET Direto para receber os principais conteúdos publicados em nosso site.

Ao clicar em “Cadastrar” você aceita receber nossos e-mails e concorda com a nossa política de privacidade.

0
Gostaríamos de saber a sua opinião... Comente!x