Exploração na Margem Equatorial exige comando estatal e contrapartidas ambientais
Em relatório, Ineep destaca necessidade de rigor ambiental, soberania energética e liderança da Petrobrás no início das atividades
A região da Margem Equatorial combina um elevado potencial para a descoberta de petróleo com desafios ambientais e geopolíticos expressivos, o que inclui um planejamento muito mais rigoroso antes do início da exploração efetiva.
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Em estudo sobre o tema, o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) alerta que o Brasil precisa avançar nessa nova fronteira energética de forma responsável, com comando estatal, transparência e contrapartidas capazes de fortalecer a transição para uma economia de baixo carbono.
Entre as recomendações centrais está a retomada da liderança exclusiva da Petrobrás na região, considerada estratégica para garantir soberania energética e maior controle sobre riscos ambientais e operacionais.
Condições técnicas e socioambientais
Elaborado pelo geógrafo e doutor em Geografia Francismar Ferreira, o estudo reforça que as críticas à exploração na Bacia da Foz do Amazonas — especialmente no bloco FZA-M-59 — devem ser tratadas com base em critérios científicos e avaliação objetiva de riscos, evitando a polarização que tem marcado o debate público.
Para o Ineep, a condução das atividades pela Petrobrás permitiria alinhar a exploração a contrapartidas robustas: investimentos contínuos em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) em tecnologias de baixo carbono; projetos de reflorestamento e combate ao desmatamento; e ações estruturadas para reduzir a pobreza energética, que ainda atinge milhões de brasileiros.
O instituto argumenta que a transição energética precisa ser justa e gradual, preservando a segurança energética do país durante o período em que a matriz renovável ainda se expande.
Nesse sentido, a exploração de combustíveis fósseis seguirá necessária nas próximas décadas, ainda que em ritmo decrescente, para evitar desabastecimento e garantir estabilidade ao sistema energético.
Investimentos
O relatório também chama atenção para projeções do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE 2024), da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que indicam queda na produção nacional de petróleo — incluindo o pré-sal — a partir de 2030.
Com o amadurecimento dos campos atuais, o país precisa abrir novas frentes de exploração para manter sua capacidade produtiva e, segundo o Ineep, a Margem Equatorial é a principal candidata a assumir esse papel, reunindo geologia promissora e condições estratégicas para sustentar a oferta de petróleo no médio e longo prazo.
Veja mais a respeito do tema na íntegra da análise elaborada pelo Ineep.
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