França quer nacionalizar a gigante de energia EDF
A gigante de energia francesa Electricite de France (EDF) será totalmente nacionalizada
sob novos planos do governo na França, disse a primeira-ministra na quarta-feira (06)
O Estado francês controla atualmente 83,88% do capital social da EDF, sendo 15% com investidores institucionais e individuais.
"Confirmo a vocês hoje que o Estado pretende controlar 100% do capital da EDF", disse a primeira-ministra Elisabeth Borne ao Parlamento, conforme divulgado pela Reuters, em seu discurso delineando prioridades para o governo.
As ações da EDF (EPA:EDF) negociadas em Paris subiram 6 por cento após o discurso de Borne na quarta-feira.
No acumulado do ano, a concessionária perdeu 18% no mercado de ações, pois viu dívidas acumuladas, custos excessivos em grandes projetos de energia nuclear na França e no Reino Unido e problemas em suas usinas nucleares na França que levaram muitos reatores serem desligados para manutenção e reparos este ano, em um momento em que a França e a Europa precisam de muito gás não russo e outras formas de energia na crise em andamento.
A geração de energia nuclear da França responde por cerca de 70% de sua matriz elétrica e, quando seus reatores estão totalmente operacionais, é um exportador líquido de eletricidade para outros países europeus.
O presidente francês Emmanuel Macron disse no ano passado que a França pretende se tornar líder na produção de hidrogênio verde e reinventar a energia nuclear construindo um pequeno reator modular até 2030 como parte de um plano mais amplo de US$ 30,5 bilhões (30 bilhões de euros) para descarbonizar a indústria e reduzir as emissões. De acordo com Macron, a capacidade de energia renovável da Europa nunca será suficiente para produzir hidrogênio verde suficiente para a mobilidade, então a geração de energia nuclear da França será um facilitador fundamental para o hidrogênio verde.
Mais recentemente, a EDF alertou no início desta semana que poderia ter que reduzir a geração de energia nuclear, já que os níveis de água dos rios são baixos e as temperaturas da água altas, o que poderia forçar a EDF a reduzir a produção nuclear por causa das regulamentações ambientais para o uso da água do rio para resfriar reatores nucleares.
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