O presidente da Shell Brasil, André Araújo, esteve em Brasília para uma reunião com o Deputado Christino Áureo, que preside a Comissão de Minas e Energia da Câmara. De acordo com o site Petronotícias, Araújo falou sobre os investimentos que a Shell está fazendo do Rio de Janeiro, em função dos blocos arrematados nos leilões do pré-sal. 

Para o geólogo Luciano Seixas Chagas, tais articulações só evidenciam as razões por que querem acabar com a primazia da Petrobrás. "Os senhores Castello Branco, Paulo Guedes e agora o deputado Christino Áureo preferem a Shell, Exxon, Total etc., para fazerem os principais negócios de petróleo e, agora, gás no Brasil, critica, lembrando que a maior província com gás do pré-sal, o Complexo Carcará, foi vendida na gestão de Pedro Parente.

"As demais reservas, recursos contingentes e os prospectivos (áreas exploratórias) gaseíferos, ricos em CO2, todos, principalmente Júpiter, parecem agora ser o objeto da cobiça. O CO2 precisa, nestes casos, ser sequestrado, ou seja estamos falando de projetos de maior complexidade que poderiam ser feitos no Brasil, tirando da falência ou quase o complexo brasileiro de engenharia propiciando e desenvolvendo as atividades de P&DI nacionais", pondera.

O presidente da multinacional e o deputado falaram também sobre a base de comercialização do gás natural, em função da exploração dos campos do pré-sal, que não tem aproveitado o gás para comercializá-lo. Por enquanto, a expectativa é pelo UPGN do Comperj, que irá receber o gás dos campos da Bacia de Campos processá-lo e depois distribui-lo. As obras, no entanto, estão atrasadas.

"A Petrobrás vendeu a NTS, transportadora de gás do Sudeste, por preço igual a receita de três a quatro anos de contrato. O que estão fazendo no Brasil não tem nada a ver com estímulo à concorrência, e sim uma doação antes dissimulada, e agora franca, do patrimônio dos brasileiros ao capital financeiro, que nem mais se dá ao trabalho de investir no risco para auferir grandes prêmios, como se prevê nas decisões de investimentos e em consonância com os bons mandamentos do capitalismo", resume Luciano.