Desde que o embargo da UE às importações de combustível russo entrou em vigor no início de Fevereiro de 2023, a Rússia desviou a maior parte das suas exportações de diesel – que anteriormente iam para a UE – para a Turquia, o Médio Oriente Médio, a África do Norte e Ocidental, e o Brasil na América do Sul.

A Rússia enviou tanto diesel e outros combustíveis para o Brasil que se tornou o principal fornecedor de diesel do país sul-americano no ano passado, ultrapassando os EUA, já que o diesel russo mais barato estimulou importações recordes.

Em 2023, as importações brasileiras de diesel russo aumentaram impressionantes 6.000%, para 6,1 milhões de toneladas, de apenas 101.000 toneladas um ano antes, informou o Financial Times na terça-feira (30), citando números oficiais do governo.

O valor das importações brasileiras de diesel em dólares aumentou 4.600%, para US$ 4,5 bilhões, em comparação com US$ 95 milhões em compras de diesel da Rússia em 2022, também de acordo com dados do governo.

Em agosto de 2023, a Rússia já era o maior fornecedor de diesel ao Brasil, tendo ultrapassado os Estados Unidos. Entre janeiro e agosto, a Rússia teve uma participação de 35,6% no valor do diesel importado pelo Brasil e de 40,6% em termos de volumes, informou o diário econômico brasileiro Valor em setembro.

Em dezembro, o Brasil foi o terceiro maior comprador de produtos petrolíferos russos, com uma participação de 10%, precedido apenas pelo maior comprador, a Turquia, com 24%, e a China, com 12%, informou o Centro de Pesquisa em Energia e Ar Limpo (CREA), em sua análise mensal das exportações e receitas russas de combustíveis fósseis.

A participação da Rússia nas importações de petróleo do Brasil aumentou ao longo de 2023, passando de 13% em janeiro para 40% em dezembro, disse o CREA.