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Lula critica obsessão pelo corte de gastos e reafirma investimento social

Presidente eleito ironiza reação do 'mercado'

Publicado em 11/11/2022
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O presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, disse nesta quinta-feira que vai governar para todos, mas sua prioridade será atender os mais necessitados, retomando as políticas públicas de seus dois primeiros mandatos, entre 2003 e 2010.

Participando do primeiro encontro com a equipe de transição do Centro Cultural do Banco do Brasil, em Brasília, Lula, que assumirá a Presidência em 1º de janeiro de 2023, reafirmou que cumprirá suas promessas de campanha.

"Não temos que ter vergonha de dizer que nosso voto é o voto das pessoas que mais precisam. É para aquelas pessoas que já viveram em um país que teve um governo que cuidava delas, que governava principalmente por elas, sem esquecer a responsabilidade e a participação de outros segmentos da sociedade", disse.

"Por que toda hora as pessoas dizem que é preciso cortar gasto, que é preciso fazer superávit, que é preciso ter teto de gastos. Por que a gente não estabelece um novo paradigma?", questionou Lula. "Não é possível que se tenha cortado dinheiro da Farmácia Popular em nome que temos de cumprir a regra de ouro. Sabe qual é a regra de ouro neste País? É garantir que nenhuma criança vá dormir sem tomar um copo de leite e acorde sem ter um pão com manteiga para comer todo dia."

Após as declarações, o mercado financeiro aproveitou para realizar lucros após a alta na Bolsa de Valores depois da eleição e a queda do dólar. O índice Bovespa caiu 3,35%; a cotação da moeda norte-americana subiu 4,14%, para R$ 5,396.

O presidente eleito, em entrevista no fim da tarde, ironizou: "É engraçado que esse mercado não ficou nervoso durante 4 anos de Bolsonaro."

Lula defendeu a necessidade de rediscutir a relação entre capital e trabalho, diante dos novos desafios impostos pela revolução tecnológica, além de criticar os efeitos da reforma previdenciária aprovada em 2019. "Você não pode viver em um mundo onde os trabalhadores parecem microempresários, mas trabalham como escravos, sem um sistema de seguridade social para protegê-los no infortúnio", disse ele.

Ele também propôs uma discussão econômica mais ampla, que leve em conta não apenas a questão fiscal, mas também a dignidade da população e a igualdade de oportunidades para os cidadãos. "A única razão que tenho para voltar ao cargo de presidente é tentar devolver a dignidade ao nosso povo. Se, quando terminar este mandato, todos os brasileiros beberem café, comerem e jantarem novamente, terei cumprido a missão da minha vida", enfatizou.

Ele disse que é preciso "mudar alguns conceitos neste país", considerando como investimentos alguns recursos que hoje são vistos como despesas.

O político brasileiro afirmou ainda que estatais como o Banco do Brasil não serão privatizadas e que a Petrobras "não será desmembrada", enquanto os bancos públicos de desenvolvimento atenderão pequenas e médias indústrias.

Ele também destacou que no processo de transição e em seu futuro governo, as forças políticas que apoiaram o presidente Jair Bolsonaro, que não conseguiu a reeleição, poderão participar. "Costumamos dizer que quem conta a história de uma nação são os vencedores, os vencidos não têm o direito de escrever. Neste caso, gostaria de lhes dizer: os vencidos terão o direito de escrever e terão o direito de participar desse processo de transição e dessa governança", afirmou.

Fonte: Monitor Mercantil

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