Modelo energético para a sociedade e não mercantilizado
Maranhão: "Petrobrás é vetor de desenvolvimento"
O X Congresso Nacional dos Engenheiros (Conse), realizado em São Paulo, reuniu os especialistas Roberto Pereira D’Araújo, diretor do Instituto de Desenvolvimento Estratégico do Setor Energético (Ilumina); Carlos Monte, coordenador técnico do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, da FNE; e Ricardo Maranhão, diretor da Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet). Os três defenderam um modelo que atenda à sociedade brasileira e não apenas aos interesses econômicos de grupos nacionais e internacionais. Como salientou o coordenador da mesa, o diretor do SEESP e da coordenação do “Cresce Brasil”, Fernando Palmezan, "a energia é um dos insumos mais importantes à retomada do desenvolvimento nacional".
O diretor Jurídico da AEPET, Ricardo Maranhão, acredita que a retomada do desenvolvimento do País passa pela preservação e valorização do setor de petróleo e gás e da Petrobrás. A petrolífera, como afirmou ele, é responsável por cerca de 60 mil empregos diretos e ainda por mais de 1 milhão de empregos indiretos nas diversas frentes de produção ligadas à área de hidrocarbonetos. “A Petrobrás gera de R$ 32 bilhões a R$ 35 bilhões em royalties, em função da produção de petróleo e gás. Gera royalties para 900 municípios brasileiros diretamente e outros tributos para 14 Estados.”
Ressaltando a sua total concordância com o combate à corrupção em todos os níveis de governos e nas empresas, Maranhão ressalva a nocividade de se paralisar setores produtivos importantes do País, como a própria Petrobrás e outras grandes empresas, no desenrolar da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. “Deixo claro que sou totalmente favorável à investigação, mas a Petrobrás foi vítima da corrupção numa combinação de políticos inescrupulosos, executivos de empreiteiras e de alguns petroleiros que não souberam honrar a camisa da empresa. Ela não pode ser penalizada e desvalorizada como estão fazendo.”
Maranhão critica as duas últimas gestões da Companhia, de Pedro Parente (que pediu demissão em 1º de junho último, após a paralisação de mais de 20 dias dos caminhoneiros por causa do preço dos combustíveis) e a atual de Ivan Monteiro, totalmente alinhadas às políticas neoliberais de entrega das riquezas do Brasil ao capital estrangeiro.
A defesa da Petrobrás, conforme Maranhão, significa garantir um patrimônio imensurável do País, que é o pré-sal, “a maior descoberta de petróleo, no mundo, nos últimos 20 anos”. “Ela significa uma nova ‘fronteira’ geológica”, completou. Os desafios para explorar esse petróleo que está a 300 km mar adentro, como descreve, são enormes, “mas os resultados são compensadores, e a Petrobrás já desenvolveu, em parceria com mais de 100 universidades e centros de pesquisa do País, tecnologias para essa exploração”.
Em 2013, informa, todos os poços perfurados do pré-sal tivera 100% de acerto, um alcance quase inédito em relação a outros tipos de perfurações no mundo. “Em vez de defendermos essa grandeza, temos entreguistas na direção da empresa que passam informações falsas para a sociedade, uma delas é de que a Petrobras estaria quebrada. Isso é mentira. Há oito anos, a Companhia mantém 16 bilhões de dólares em caixa.”
Maranhão lamenta que os governantes e o Congresso Nacional – “com as exceções de sempre”, esclarece – e parte da imprensa brasileira se empenhem em desvalorizar a Petrobras, com o claro objetivo de privatizá-la. Ele não tem dúvida que a petrolífera brasileira é peça-chave à retomada do desenvolvimento do País com crescimento que signifique, no seu bojo, justiça social.
A mesa do debate contou, ainda, com a presença dos presidentes dos sindicatos dos engenheiros do Pará (Senge-PA), Eugênia Von Paumgartten, e de Goiás (Senge-GO), Gerson Tertuliano; do presidente da Associação Brasileira de Engenheiros Eletricistas (Abee-Nacional), José Latrônico Filho; e do diretor do SEESP, Carlos Kirchner.
Fonte: FNE
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