Não é a Ucrânia, é o dólar
Uma nova ordem econômica mundial vem sendo formada na periferia, especialmente na Ásia
A feroz reação dos Estados Unidos, empurrando também a Europa, contra as recentes declarações de Lula no exterior não foram provocadas pelas certeiras críticas a quem está por trás do conflito na Ucrânia, mas sim pela defesa de alternativas ao dólar e ao putrefato sistema financeiro ocidental. O fortalecimento do NDB, o banco dos Brics, com Dilma Rousseff à frente, como opção para financiar o desenvolvimento, e não para incentivar a especulação, é um dos assuntos que desagradaram Washington.
Para Radhika Desai, professora do Departamento de Estudos Políticos da Universidade de Manitoba do Canadá, uma das maiores vantagens de substituir a dolarização é que os produtos feitos por países não ocidentais atingirão o valor que merecem. As moedas dos países não ocidentais são artificialmente desvalorizadas, por isso produtos russos, indianos e até chineses não recebem o valor que merecem, apontou a professora.
Uma nova ordem econômica mundial vem sendo formada na periferia, especialmente na Ásia, com o objetivo maior de aumentar o bem-estar social público. A China cresceu 3 vezes mais rápido do que a economia dos Estados Unidos por mais de 30 anos. O PIB (em paridade de poder de compra, PPC) somado dos países que compõem o Brics (além do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) superou o das nações que integram o G7, o grupo dos países ricos ligados aos EUA.
Marcos de Oliveira - Diretor de redação do jornal Monitor Mercantil
Fonte: Monitor Mercantil
Receba os destaques do dia por e-mail
Gostou do conteúdo?
Clique aqui para receber matérias e artigos da AEPET em primeira mão pelo Telegram.