Caso os Estados Unidos imponham sanções mais amplas às maiores companhias russas de petróleo e gás, isso enfraqueceria os sistemas de energia na Europa, disse Bob Dudley, executivo-chefe da BP, que detém pouco menos de 20 por cento na Rosneft.

“Eu não acho que isso aconteça. Se fossem aplicadas sanções à Rosneft ou à Gazprom ou à LUKoil, como o que aconteceu com a Rusal, você praticamente encerraria os sistemas de energia da Europa. "Investimos na Rússia com cuidado, não apenas na Rosneft", disse Dudley, segundo a agência russa Sputnik , na conferência Oil & Money 2018, em Londres.

Dudley observou que ele participa do conselho da Rosneft por causa da grande participação da BP na maior produtora de petróleo da Rússia, e acrescentou que a BP cumpre estritamente as sanções internacionais contra a Rússia.

Nos últimos meses, legisladores estadunidenses têm preparado vários projetos de lei em vários comitês para atingir os setores energético e bancário da Rússia, buscando “aumentar a dor econômica” da Rússia. De acordo com autoridades dos EUA, as sanções existentes à energia da Rússia já resultaram em investimentos reduzidos nos projetos de exploração de petróleo e gás da Rússia, necessários para o crescimento da produção da Rússia.

O próprio ministério de recursos naturais da Rússia admitiu que as sanções dificultaram o desenvolvimento de projetos de gás natural no país. Em um relatório sobre os recursos de petróleo e gás da Rússia e seu desenvolvimento para o período 2016-2017, o ministério disse que as sanções contra empresas russas de petróleo e gás que limitam o fluxo de investimento estrangeiro, novas tecnologias e equipamentos para o setor complicam o desenvolvimento de novos projetos na Rússia, especialmente em áreas offshore e em recursos difíceis de extrair. No período 2016-2017, nem um único projeto significativo de gás foi lançado, enquanto as empresas de gás se concentraram em trabalhar em projetos já operacionais, disse o ministério russo em seu relatório.

Os EUA também sugeriram que poderiam sancionar o projeto do gasoduto Nord Stream 2, liderado pela gigante de gás russa Gazprom, que já detém mais de um terço do mercado europeu de gás e continua aumentando seu domínio .

Fonte: Oilprice.com